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Irmão de miliciano mais procurado do RJ e mais 3 morrem em ação da polícia

Armas apreendidas em operação no RJ - Divulgação/Polícia Civil-RJ
Armas apreendidas em operação no RJ Imagem: Divulgação/Polícia Civil-RJ

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

20/08/2022 11h51

Um confronto entre a Polícia Civil do Rio e milicianos, em um sítio em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na manhã de hoje, terminou com quatro suspeitos mortos. Entre eles está Delson Lima Neto, conhecido como Delsinho, irmão do chefe do grupo, Danilo Tandera - miliciano mais procurado do Rio de Janeiro. Delsinho ocupava a segunda posição na hierarquia da milícia.

A ação de hoje contou com homens da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais). No local, foram apreendidos três fuzis, duas pistolas, fardas, carregadores, munições e fardas.

O delegado Fabrício Oliveira, comandante da Core, disse que Delsinho "apesar de ser o 02 da milícia, era o criminoso mais temido, responsável por torturas e execuções".

Já a Draco, apura o envolvimento da milícia no desaparecimento de quatro jovens em Nova Iguaçu na última semana.

No local também foram mortos Renato Alves de Santana, o "Fofo" —terceira pessoa na hierarquia do grupo de Tandera; e outros dois conhecidos como "Neguinho" e "Tizil" que eram seguranças de Delsinho e Tandera.

Segundo a Polícia Civil, a operação de hoje foi realizada após um trabalho de inteligência que durou oito meses e identificou um sítio, no bairro do Riachão, usado pela milícia. Na chegada ao local, os policiais afirmam que foram recebidos a tiros, o que deu início ao confronto.

A polícia suspeita ainda que o local tenha sido usado para executar quatro jovens sequestrados no bairro Cabuçu, também em Nova Iguaçu. Os investigadores apuram se os corpos foram jogados no Rio Gandu que fica às margens do sítio.

Delson Lima, miliciano morto pela Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil-RJ - Divulgação/Polícia Civil-RJ
Delson Lima, miliciano morto pela Polícia Civil
Imagem: Divulgação/Polícia Civil-RJ

Jovens desaparecidos

Quatro jovens desapareceram nesta semana após o carro por aplicativo onde estavam ser rendido por homens armados e encapuzados. O grupo precisou deitar no asfalto e teve as mãos amarradas. A namorada de um dos jovens e o motorista do veículo foram liberados e escaparam do sequestro.

Desde então, Matheus Costa, 21, Douglas de Paula, 22, Adriel Bastos, 24, e Jhonatan Alef, 28, não foram mais vistos e familiares registraram o desaparecimento do grupo. Ontem, buscas foram realizadas no Rio Gandu.

Uma das linhas de investigação da DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense), responsável pelo caso, aponta que os jovens tenham sido mortos pela milícia que atua na região.

Quem é Tandera, irmão de miliciano morto?

Miliciano ex-aliado de Welligton da Silva Braga, o Ecko - chefe da maior milícia do RJ, morto em uma operação da Polícia Civil no ano passado, Tandera é hoje o miliciano mais procurado. Após um racha entre os dois, Tandera passou a dominar as áreas de Seropédica e Itaguaí, na região metropolitana do Rio, e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Com a morte de Ecko, a polícia chegou a apostar que Tandera, dono de um perfil extremamente violento, assumiria o antigo Bonde do Ecko - o que não ocorreu.

A liderança da maior milícia do Rio permanece na mão da família de Ecko desde 2008. Luís Antonio da Silva Braga, o Zinho, comanda o grupo, e é rival da milícia comandada por Tandera.