Aluno de 14 anos perde testículo após agressão em escola; MPRJ investiga

O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio de Janeiro abriram investigações sobre o caso de uma agressão a um adolescente de 14 anos em uma escola de Petrópolis, na região serrana do estado, que culminou com o garoto perdendo um dos testículos. As informações são do Diário de Petrópolis. O inquérito foi aberto nesta semana após o jornal publicar uma denúncia da mãe da vítima, que teria sido espancado por um colega de 13 anos.

A vítima precisou ser submetida a uma cirurgia de remoção de um dos testículos após ser agredido três vezes no mesmo dia na escola São Judas Tadeu. O caso aconteceu no dia 12 de maio, dentro da sala de aula, no recreio, e no ponto de ônibus, segundo relatou a mãe à reportagem.

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Ao jornal, as autoridades disseram que até então não tinham conhecimento da situação, e que o caso não foi comunicado em nenhuma das duas Promotorias da Infância e da Juventude da cidade.

"Vamos ver o que foi e o que não foi feito, instaurar um procedimento para a direção se explicar e entender a situação. É algo absurdo, que ficamos sabendo pela imprensa, mas vamos averiguar tudo, saber se há procedimento na delegacia, identificar o agressor. Vamos apurar tudo", disse o titular da 1º Promotoria, Vicente de Paula Junior.

Já o delegado João Valentim, da 105ª DP, informou que iniciou uma apuração do caso. De acordo com ele, nem familiares nem a escola fizeram denúncias.

"A partir de notícias veiculadas na mídia, a Polícia Civil instaurou procedimento para apurar as supostas agressões a um adolescente, no interior da Escola São Judas Tadeu, Mosela. O fato não havia sido comunicado por familiares e/ou responsáveis do colégio", afirmou.

A mãe do adolescente reclamou da postura da escola, e disse que a direção não tomou providências contra o agressor, um adolescente de 13 anos, e manteve os dois na mesma sala de aula. Os dois são estudantes do 6º ano, e a vítima foi transferida para outra escola da região três meses após a agressão.

"Ele não contou nada no dia, estava normal. Só que aí ele começou a sentir dores e um dia ele falou que não tinha como ir para a escola. E aí que foi me contar o que tinha acontecido e me mostrou como estava o corpo dele. Ele ficou internado na UPA e depois no Hospital Alcides Carneiro para fazer a cirurgia", disse.

Segundo a mãe, o colega enviou mensagens à vítima para saber se ela tomaria alguma providência. O contato foi feito no dia da cirurgia, ainda em maio, por meio de um aplicativo de mensagens, ao qual ela tinha acesso. Ontem, a mãe prestou depoimento na delegacia.

Em nota enviada para a reportagem, a Escola São Judas Tadeu declarou que "a equipe da escola tomou todas as medidas administrativas legais cabíveis, à época, observando a legislação vigente, em especial o Estatuto da Criança e do Adolescente".

Ainda conforme a administração da unidade de ensino, a documentação "referente ao suposto caso" e a íntegra das gravações do sistema de monitoramento "foram encaminhados à autoridade policial competente, bem como foi registrado boletim de ocorrência".