De quem foi a ideia de trazer o coração de D. Pedro 1º para o Brasil?
A chegada do coração de Dom Pedro 1º, para as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, tem agitado o país. O órgão foi recebido, com honraria, por autoridades e ficará exposto a partir desta quinta-feira (25) para visitação do público no Palácio do Planalto, em Brasília.
Mas, afinal, quem é o responsável por essa ideia?
Bom, segundo afirma a médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi, conhecida por sua controversa participação na CPI da Covid e por defender o uso da hidroxicloroquina como tratamento para a doença, sem apresentar qualquer comprovação científica, foi ela a responsável por isso.
Em entrevista ao jornal O Globo na semana passada, ela afirmou que sugeriu ao próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) que o órgão viesse ao país para as homenagens. A atitude é vista pela oposição como uma manobra política de Bolsonaro às vésperas da eleição.
"Eu dei o primeiro passo para tornar isto possível, inspirada pelo advogado Dr. Raul Canal [advogado especialista em direito médico], que mencionou que D. Pedro 1º tinha criado os Dragões da Independência e que tinha esta história do coração estar no Porto, em Portugal, e o corpo aqui no Brasil, no Museu do Ipiranga", contou ao jornal.
Diz ela que, a partir disso, Luiz Phillippe de Orleans e Bragança, tetraneto de D. Pedro 1º, teria ido ao Porto começar as negociações.
Depois, foi a vez de o Ministério de Relações Exteriores cuidar do assunto.
Apontada como conselheira do presidente e participante de um gabinete paralelo do Ministério da Saúde para orientá-lo na condução da pandemia, a médica esteve envolvida em várias polêmicas.
Em uma entrevista à TV Brasil em julho de 2020, ela comparou o medo da pandemia ao dos judeus durante o holocausto, que resultou no seu afastamento do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
"O medo é prejudicial para tudo. Em primeiro lugar, te paralisa, te deixa massa de manobra. Qualquer pessoa, você pega... Você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela massa de rebanho de judeus famintos se não submetessem diariamente a humilhações, humilhações e humilhações, tirando deles todas as iniciativas?", declarou.
Vídeos em que ela defende tratamento contra a covid-19 sem eficácia comprovada também foram retirados do YouTube, por ferir as normas da plataforma.
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, disseram em depoimento na CPI da Covid-19 no Senado que Nise Yamaguchi pretendia mudar a bula da cloroquina para que houvesse nela a indicação de tratamento para a covid-19.
A mudança seria feita por meio de um decreto assinado pelo presidente Bolsonaro e teria sido discutida em reunião no Palácio do Planalto com a presença de Barra Torres e Mandetta. O presidente da Anvisa afirmou que foi contra a ideia. Mandetta confirmou a mesma versão de Barra Torres sobre a reunião.
Na condição de convidada a prestar esclarecimentos à CPI, Nise Yamaguchi negou que tivesse intenção de mudar a bula da cloroquina.
"Eu não acho que eles [Mandetta e Barra Torres] tenham mentido, eu acho que eles tenham se equivocado", declarou aos deputados à época.
A médica também negou que fizesse parte de um gabinete paralelo do Ministério da Saúde.
"Eu participo como médica, como cientista chamada para opinar em comissões técnicas, em reuniões governamentais, em reuniões específicas com setores do Ministério da Saúde", disse.
A médica teve seu nome incluído na lista de 78 pessoas citadas no relatório final da CPI acusadas de ter cometido algum crime na pandemia.
Após a exposição na mídia, ela lançou a pré-candidatura à deputada federal pelo PROS, para as eleições deste ano.
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