Infecção sexual? O que se sabe da morte de D. Pedro 1º e quantos anos tinha
A morte de Pedro 1º (1798-1834), primeiro imperador do Brasil, já foi alvo de muitos boatos relacionados à vida sexual notoriamente agitada do monarca. Embora historiadores tratem como consenso que ele morreu de tuberculose, por muito tempo foi dito que ele foi vítima de sífilis.
Ele era conhecido por suas amantes e ganhou uma fama, mas laudos médicos divulgados recentemente mostram que ele não só não morreu da infecção sexualmente transmissível como, a julgar pelos tratamentos a que foi submetido, nem sequer contraiu a doença.
Esse material, até então desconhecido, estava em Munique, na Alemanha, e foi descoberto pela pesquisadora e escritora brasileira Cláudia Thomé Witte. Ali aparecem detalhes dos medicamentos ministrados ao nobre português nas últimas semanas de sua vida.
"Não há nenhum dado que aponte para sífilis, nem nunca vi nenhuma descrição das lesões típicas da sífilis, nos genitais, na pele etc", disse o médico português Pedro de Freitas, doutor pela Universidade Maimonides, nos Estados Unidos, e historiador diletante, em entrevista ao Estadão.
Segundo Freitas, o boato da sífilis pode ter surgido porque o imperador foi tratado com mercúrio, também usado na época contra infecção sexual.
Mas, no caso de D. Pedro 1º, o remédio foi usado "como anti-hemorrágico para evitar as hemoptises" (eliminação de sangue pela tosse). Ele também foi tratado com sanguessugas e sangrias, ingestão de tônicos em vinho e medicamentos como aloés, ruibarbo e digitális.
Para aliviar a dor, usaram morfina e ópio, disse Freitas.
Pesquisa feita por Valdirene Ambiel, da Universidade de São Paulo (USP), já havia apontado que tomografias dos restos mortais do imperador traziam indícios de tuberculose.
D. Pedro 1º reinou entre 1822 e 1831. Ele nasceu em 12 de outubro de 1798, no Palácio Real de Queluz, em Portugal, e morreu aos 35 anos, em 24 de setembro de 1834, no mesmo local.
Seu corpo, porém, foi sepultado em 1972 no Monumento à Independência do Brasil, no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
Dos restos mortais do imperador, somente o coração ficou em Portugal —pela primeira vez, o órgão veio ao Brasil nesta segunda-feira (22) (Com informações do Estadão Conteúdo)
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