Topo

Esse conteúdo é antigo

Frentista contrata hackers e desvia R$ 88 mil de posto de gasolina no ES

Suspeito tinha confiança do dono do posto, tanto que foi isso que possibilitou ação de hackers - Divulgação/Polícia Civil
Suspeito tinha confiança do dono do posto, tanto que foi isso que possibilitou ação de hackers Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Do UOL, em São Paulo

07/09/2022 04h00Atualizada em 07/09/2022 15h56

Um homem foi preso na quinta-feira (1º) em Aracruz (ES) por participar de um esquema de invasão ao sistema de compra e venda do posto de combustível em que ele trabalhava e dar um prejuízo de R$ 88 mil ao estabelecimento. Segundo a Polícia Civil, o suspeito, de 23 anos, foi pego em flagrante por furto qualificado após três semanas de investigação.

A corporação afirmou que ele tinha uma função de "confiança", sendo responsável pelo caixa - o que facilitou o acesso remoto dos hackers ao sistema. "Um funcionário do posto fez contato com hackers de outros estados, entendeu a logística e levantou algumas fragilidades do sistema de maneira que ele passou a adulterar algumas vendas que foram realizadas".

Com isso feito, as vendas no posto deixaram de ser contabilizadas e esse dinheiro foi subtraído pelo homem. Ele realizou 1.010 operações para tirar dinheiro do local, que iam de R$ 50 a R$ 1.500 por vez, disseram os policiais.

Por ter um caixa eletrônico no posto, era fácil para o suspeito executar a fraude, já que ele pegava o dinheiro do caixa para fazer dois depósitos: um na conta do posto e outro na conta dele.

O posto não via a fraude pois a venda era "cancelada". "O sistema tem a informação original e registra a venda tanto da parte financeira, quanto da parte do combustível. Essas informações vão para o backup que, em tese, fica oculto. Os hackers descobriram isso e apagaram do sistema original e no backup".

A polícia explicou que, para ele não levantar suspeitas sobre a movimentação monetária, o dinheiro era usado em jogos virtuais. "O funcionário se apropriava do valor do caixa e depois usava para comprar créditos em jogos de pôquer pela internet, a fim de ocultar a origem do dinheiro. Ele trocava esse crédito em criptomoedas e dividia o lucro com os hackers".

Todo o esquema ocorreu durante cinco meses, mas, nas últimas semanas, o setor financeiro do estabelecimento percebeu uma diferença entre a quantidade de combustível que estava saindo e o dinheiro que deveria entrar.

Sendo assim, o dono do posto acionou a polícia e eles conduziram uma investigação, prendendo o suspeito na semana passada.

O UOL procurou a defesa do suspeito, mas não conseguiu localizar até o fechamento desta reportagem.