Fóssil do novo mamífero mais antigo do planeta é identificado no RS
Pesquisadores brasileiros e ingleses identificaram nesta semana o mamífero mais antigo do mundo. Em um artigo publicado na última terça-feira (6) no Journal of Anatomy foi atestado que os pequenos cinodontes, com o nome científico de Brasilodon quadrangularis datam de aproximadamente 225 milhões de anos atrás.
Os fósseis estudados foram encontrados inicialmente em Faxinal do Soturno, na Região Central do Rio Grande do Sul, e posteriormente em outros pontos do estado. Os materiais foram encontrados no início dos anos 2000.
Anteriormente os cinodontes eram descritos na literatura científica como tendo uma natureza biológica reptiliana, mas os novos estudos realizados com suas dentições mudaram a perspectiva.
A pesquisa concluiu através de análises das mandíbulas e dos dentes que os animais apresentavam difiodontia, ou seja, apenas uma dentição permanente substituindo a dentição de leite. A difiodontia é uma das características de mamíferos como endotermia, placentação e lactação.
"Desde que foram encontrados os primeiros fósseis de cinodontes, na segunda metade do século 19, estes pequenos fósseis eram descritos como animais ectotérmicos e ovíparos. Isto é, seriam animais de sangue frio e colocariam ovos para sua reprodução", explica o paleontólogo Sergio Furtado Cabreira, doutor em Geologia pelo Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e um dos responsáveis pelo trabalho.
Os cinodontes, que se assemelhavam aos pequenos roedores atuais, tinham apenas 20 centímetros de comprimento total e pesavam pouco mais de 15 gramas. Anteriormente o morganucodon era considerado o mamífero mais antigo da Terra e seus fósseis datam de cerca de 205 milhões de anos atrás.
Os primeiros trabalhos com as dentições destes fósseis de cinodontes que estão na UFRGS se iniciaram em março de 2004, quando os paleontólogos selecionaram algumas mandíbulas de apenas 2 centímetros de comprimento, para a preparação e confecção de lâminas histológicas e posterior estudo em diferentes microscópios.
O trabalho dos pesquisadores tomou vários anos em busca de ferramentas teóricas que possibilitassem chegar às conclusões descritas no artigo.
Cabreira explica que as principais descobertas ocorreram porque o esmalte e outros tecidos dentários mineralizados dos animais carregam consigo informações sobre as características básicas das condições metabólicas em que são formadas. Assim, foi possível diagnosticar quais dentes teriam iniciado sua formação durante a fase de desenvolvimento placentário de embrião, e quais os dentes que teriam se formado após o nascimento dos animais.
O paleontólogo também afirmou que estes mamíferos eram animais noturnos que caçavam insetos e pequenos répteis e deveriam viver em pequenas tocas onde seus filhotes viviam até ficarem adultos.
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