Pastora é presa suspeita de envenenar marido para ficar com dinheiro em GO
A pastora Sueli Alves dos Santos Oliveira, de 42 anos, foi presa em flagrante ontem por suspeita de envenenar o próprio marido, José Maria Vieira de Oliveira, de 49 anos. De acordo com a delegada Mágda D'Ávila, responsável pela investigação, a suspeita tentou simular o suicídio dele com a intenção de ficar com os benefícios do plano funerário da vítima, que ela mesma havia feito em seu nome. O crime ocorreu em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia.
A PM (Polícia Militar) foi acionada por volta das 9h30 de ontem pela própria Sueli, que afirmou ter chegado em casa por volta das 6h e encontrado o corpo no chão, já sem vida. Em conversas com vizinhos, os policiais foram informados de que o casal estava em processo de separação e que a pastora apresentava um histórico de agressões contra a vítima. Também informaram à PM que, na quinta-feira (22), por volta das 19h, ouviram agressões verbais por parte de Sueli.
Após a discussão, a vítima teria ido até a casa dos vizinhos e dito que sentia medo de ser morto pela esposa, mostrando um ferimento em sua cabeça. A vítima também teria relatado, de acordo com depoimento dos vizinhos aos policiais, que sua esposa exigia o valor de metade do imóvel do casal e de sua motocicleta na separação.
"O casal de vizinhos relatou que José Maria disse que se algo acontecesse com ele, teria sido sua esposa", disse a PM.
Pastora usou 'chumbinho' para matar marido, diz polícia
Em buscas na residência do casal, os policiais encontraram um vidro de veneno de rato, popularmente conhecido como "chumbinho". A perícia também constatou que a possível causa da morte foi envenenamento, em virtude do estado do corpo que indicava que José Maria havia agonizado antes de morrer. Além disso, também foram localizadas outras substâncias semelhantes a veneno no local.
À Polícia Civil, Sueli afirmou que havia saído de casa por volta das 18h de quinta-feira (22) e retornado apenas na manhã seguinte, quando encontrou seu marido morto. Os vizinhos, entretanto, disseram que a suspeita havia saído por volta das 19h, depois da discussão do casal, e retornado já às 21h do mesmo dia.
Testemunhas também estranharam o fato de as luzes do lado de fora da casa estarem apagadas, uma vez que José Maria tinha o hábito de deixá-las acesas durante toda a madrugada por questões de segurança. Pouco antes de acionar a PM, por volta das 7h30 de ontem, Sueli teria chamado os vizinhos para avisar que encontrou o marido morto após chegar em casa.
Dinheiro seria motivação, aponta inquérito
Ao chegar ao local do crime, os policiais analisaram o celular da pastora e encontraram conversas com a vítima em que ele dizia que se ele morresse iria ficar com todos os seus bens e uma suposta pensão.
A delegada Mágda D'Ávila ainda afirmou ao UOL que após a realização das diligências, chegou-se a conclusão de que Sueli havia tentado simular um suicídio da vítima. Também apurou-se que a pastora havia resetado o celular de José Maria, a fim de apagar os registros e fotos de agressões.
D'Ávila também conversou com filhos da vítima, que afirmaram que a suspeita já havia atentado contra seu ex-marido na cidade de Brasília, motivo pelo qual ela seria proibida de manter contato com os próprios filhos, frutos de seu relacionamento anterior.
"Também foi localizado um plano funerário da vítima feito pela autora em que ela própria seria a beneficiária, plano feito no mês de abril deste ano, demonstrando que ela premeditou o crime", afirmou a delegada.
Após ser detida em flagrante pelo crime de homicídio qualificado, Sueli apresentou duas identidades com sobrenomes diferentes em virtude de casamentos anteriores. Por esses motivos, a imagem e qualificação da pastora foram divulgadas para identificação de outras possíveis vítimas, conforme interesse público e seguindo os ditames da Lei 13.869/2019 e Portaria 02/2020-PCGO.
A Polícia Civil não informou se a pastora já apresentou advogado de defesa.
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