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'Espelho para cada um de nós', diz mãe sobre aluna morta em escola na BA

Geane da Silva de Brito vitima de ataque na escola municipal Eurides Santanna em Barreiras BA - Instagram/reprodução
Geane da Silva de Brito vitima de ataque na escola municipal Eurides Santanna em Barreiras BA Imagem: Instagram/reprodução

Do UOL, em São Paulo

28/09/2022 11h20Atualizada em 28/09/2022 12h02

A mãe de Geane Brito, 19, morta em um ataque a uma escola em Barreiras (BA), pediu para que as pessoas não esquecessem do "brilho nos olhos" e do "sorriso" da filha. Durante o sepultamento da estudante, que ocorreu ontem, Luciane Brito disse que espera que o legado da menina permaneça para todos.

"Se vocês parassem hoje e pensassem numa criança que vive em uma cadeira de rodas e que vocês olhassem para o brilho dos olhos dela, no sorriso dela. Gente, isso é espelho para cada um de nós", afirmou Luciene.

"Eu quero que esse legado não fique só para mim, que sou mãe, mas para cada um de vocês", acrescentou ela.

O pai de Geane, José Ferreira, também se emocionou durante o sepultamento da filha. "Peço ao Senhor que nunca deixe acontecer uma tragédia dessa mais em escola nenhuma. Eu não quero ver o pai sofrer e sentir a dor que eu como pai estou sentido."

Geane morreu na segunda-feira (26), durante um ataque a Escola Municipal Eurides Sant'Anna, onde era aluna do 9º ano do ensino fundamental. O autor do ataque é um adolescente de 14 anos. Ele tentou fugir do local após o crime, mas foi atingido por um disparo de arma de fogo que, segundo a polícia, partiu de uma terceira pessoa ainda não identificada.

A ação foi anunciada online horas antes e já tinha o plano exposto há dias no Twitter. Com o adolescente foram apreendidos um revólver calibre 38, duas armas brancas e uma "aparente" bomba caseira. O material foi apresentado na 11ª Coordenadoria Regional do Interior.

A arma utilizada no crime era do pai do adolescente, que é policial militar. O armamento teria sido encontrado pelo jovem debaixo do colchão, onde o pai costumava guardá-lo.

A Polícia Civil da Bahia informou que a arma do atirador falhou duas vezes, possibilitando que os adolescentes corressem e buscassem abrigo nos fundos da quadra ou na rua.

Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo, o jovem mantinha contato com Henrique Lira Trad, 18, autor da tentativa de ataque à Escola Éber Louzada Zippinotti, em Vitória, no mês passado.

A investigação agora verifica se o episódio tem relação com outros casos e se os jovens faziam parte de um grupo de ódio online.