Morto em acidente em SP, empresário era discreto e amava automobilismo
Vítima de um acidente de carro na BR-153, na manhã de ontem, o empresário João Luiz Quagliato, 44, era discreto nas redes sociais, e classificado por amigos como "extraordinário" e apaixonado pela vida.
João Luiz era filho de Lilian e Luizito Quagliato (João Luiz Quagliato Neto), presidente da Usina São Luiz, que produz açúcar, energia elétrica, etanol e levedura a partir da cana, com sede em Ourinhos (SP).
Ele deixou a esposa Veridiana Meneguetti, com quem firmou matrimônio em um casamento de luxo no dia 8 de junho de 2019, e três filhos: João Luiz e Catarina (do primeiro casamento) e Valentina.
"Só quem teve oportunidade de passar bons momentos com o João Luiz entende toda a felicidade em que viveu. Viver a vida sempre foi o seu norte", afirmou um amigo em comentário de pesar nas redes sociais.
"Era uma pessoa extraordinária, muito atencioso, fez amigos por onde passou", afirmou outro amigo. "Perda irreparável. Jovem, alegre e viveu a vida intensamente", afirmou uma amiga.
Conhecido como "JL" pelos amigos, Quagliato não fazia parte da direção da empresa, mas, segundo a imprensa local, administrava "outros negócios da família". Nenhum dos negócios é especificado nas publicações em redes sociais ou em registros de marcas públicos.
Usina da família e acusações
Em 2019, o Ministério Público Federal denunciou o pai de João Luiz, João Luiz Quagliato Neto, e o empresário Antônio Jorge Vieira por crimes previstos no Código Penal contra trabalhadores da Fazenda Brasil Verde, de propriedade do grupo Irmãos Quagliato, no município de Sapucaia (PA).
Segundo o MPF, no ano de 2000, 85 trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados do local após dois deles conseguirem fugir e "caminhar dias pelas matas" até achar uma sede da Polícia Federal em Marabá e pedir ajuda.
Na época, fiscais identificaram que os trabalhadores foram aliciados com promessa de trabalhar em troca de diárias de R$ 10 a R$ 12, mas tiveram carteira de trabalho recolhida e viviam sob ameaças de violência e morte se tentassem fugir.
Na época, a defesa de Quagliato não se pronunciou sobre o caso.
Notas de pesar
A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) também publicou uma nota de pesar em homenagem ao empresário, classificando o momento como de "profunda tristeza".
A Usina São Luiz também lamentou a morte de João em publicação nas redes. "Deixará um grande vazio no coração de todos que tiveram a honra e o prazer de conhecê-lo", afirmou.
Amor pelo esporte a motor
João Luiz era apaixonado por automobilismo e chegou a competir em corridas no Brasil. Em 2021, a equipe LT Team, da qual ele fazia parte, conquistou o segundo lugar na categoria P3 do Império Endurance Brasil.
Colega de time de João, o automobilista Hugo Cibien prestou homenagem ao amigo nas redes sociais.
"Hoje perdemos um amigo que compartilhava a mesma paixão pelo esporte a motor. Coisas difíceis de entender. Que Deus acolha João Luiz e conforte a família", afirmou em publicação no Instagram.
O velório de João Luiz Quagliato foi realizado na capela da Usina São Luiz, em Ourinhos. O empresário foi sepultado em Santa Cruz do Rio Pardo, onde a família tem um jazigo
Morte
João Luiz morreu após colidir na traseira de um caminhão, na altura do km 293 da BR-153 (Rodovia Transbrasiliana). Imagens feitas por câmeras da Polícia Rodoviária mostram que a parte da frente do veículo de João Luiz Quagliato, 44, ficou totalmente destruída.
Ele conduzia um BMW X3, que no modelo mais atual é vendido por preços a partir de R$ 399.950, segundo o site do fabricante.
João Luiz seguia no sentido Ourinhos, onde morava, quando sofreu o acidente, próximo à cidade de Campos Novos Paulista, também no interior de São Paulo. Ele foi declarado morto ainda no local.
O motorista do caminhão envolvido na colisão, um homem de 35 anos, não ficou ferido. Um trecho da rodovia ficou interditado por cerca de duas horas após o acidente, mas a pista já estava liberada nos dois sentidos no início da tarde de ontem.
As causas e a dinâmica do acidente serão apuradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Científica.
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