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Policiais acusados de morte de Genivaldo são presos em Sergipe

Policiais trancaram Genivaldo e o sufocaram com gás lacrimogênio - Reprodução
Policiais trancaram Genivaldo e o sufocaram com gás lacrimogênio Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

14/10/2022 19h06

Os três agentes da Polícia Rodoviária Federal envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, durante uma abordagem em 25 de maio, na BR-101, no município de Umbaúba (SE), foram presos. Eles estão no Presídio Militar de Sergipe. A informação é da Justiça Federal de Sergipe, que decretou a prisão preventiva dos policiais ontem. Genivaldo foi morto por asfixia no porta-malas da viatura.

O decreto foi feito pela 7ª Vara Federal em Sergipe - Subseção Judiciária de Estância. O magistrado titular, Rafael Soares Souza, proferiu decisão após representação do Ministério Público Federal no estado pela prisão dos réus e denúncia dos policiais pelos crimes de abuso de autoridade, tortura e homicídio qualificado.

A custódia cautelar tem o objetivo de garantir a ordem pública e instrução do processo. Os mandados de prisão foram cumpridos pela Polícia Federal na manhã de hoje. Também hoje, foram realizados o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e a audiência de custódia, após a qual os réus foram encaminhados ao presídio, onde aguardarão por julgamento.

Os três policiais rodoviários federais presos preventivamente são: William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento. Eles participaram da ação, sendo indiciados pela PF (Polícia Federal) por abuso de autoridade e homicídio qualificado por asfixia e sem meios de defesa.

policiais - TV Globo/reprodução - TV Globo/reprodução
Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros estão presos no Presídio Militar de Sergipe por morte de Genivaldo Santos
Imagem: TV Globo/reprodução

Relembre o caso

Genivaldo foi abordado em uma blitz da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em maio deste ano, enquanto pilotava sua moto na BR-101, em Umbaúba (SE). Segundo os policiais, ele estaria sem capacete. Ao ser questionado, teria tentado explicar que tomava remédios para distúrbios psiquiátricos, o que foi confirmado pelo sobrinho que o acompanhava, Wallison de Jesus.

Ao chamar reforços, os policiais começaram uma série de agressões. Genivaldo foi jogado em um porta-malas da viatura da PRF, sob fumaça intensa. A cena foi registrada em vídeo pelos celulares de testemunhas presentes.

Pelas frestas da porta traseira, mantida semifechada, é possível ver fumaça escapando, enquanto se pode notar, na parte de baixo, as pernas do homem balançando em desespero, enquanto ele grita no interior da viatura.

Em alguns momentos, um dos policiais tenta segurar as pernas de Santos, enquanto o outro continua a bombear gás para dentro da viatura por uma das frestas. Toda a cena é assistida por dezenas de populares que, segundo demonstram os vídeos, preferiram manter distância dos policiais.

Assim que Santos parou de se debater e gritar, os policiais fecharam a porta traseira da viatura, entraram no carro e deixaram o local.