Interpol: como age polícia internacional, que ajudou na busca por Brennand
Preso na noite de quinta-feira (13), Thiago Brennand, 42, foi solto em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, após pagar fiança e informar endereço fixo. A prisão teve a participação e execução da Interpol após ele entrar na lista de foragidos por não retornar ao Brasil no prazo estipulado pela Promotoria.
Foi a Justiça de São Paulo que decretou a prisão preventiva de Thiago Brennand, acusado de agredir uma mulher em uma academia, e determinou a inclusão do nome dele na lista de procurados da Interpol.
O empresário havia viajado para o país em 4 de setembro, horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por lesão corporal e corrupção de menores —ele também é investigado sob a suspeita de crimes sexuais, são 16 acusações contra o herdeiro milionário.
Com a inclusão do nome dele na Interpol, todos os países signatários de tratados de extradição poderiam enviá-lo de volta ao Brasil.
Como a Interpol atua
Quando se fala em Interpol, muitos pensam em um superagente, ao estilo 007, que pode transitar por qualquer país e efetuar a prisão de quem quiser sem dar satisfação para as autoridades locais. Mas, isso está muito longe da realidade.
O grande trunfo da polícia internacional é o sistema de comunicação chamado I-24/7, que conecta todos os seus países membros —hoje são 194.
A Organização Internacional de Polícia Criminal, conhecida como Interpol (International Criminal Police Organization), foi criada em 1923, na cidade de Viena (Áustria).
Seu idealizador foi o chefe de polícia vianense Johann Schober, que juntou 15 países na Comissão Internacional de Polícia Criminal para tentar coibir a facilidade com que criminosos da Europa, na época, escapavam da lei ao atravessarem para um país vizinho.
Com a anexação da Áustria pela Alemanha nazista em 1938, a comissão teve suas atividades suspensas. Voltou em 1946 como Interpol.
Por se tratar de uma organização global, ela permite a cooperação entre seus pares, mesmo que os países não possuam relações diplomáticas. O Brasil é membro da organização desde 6 de outubro de 1986.
Como prendem criminosos
Imagine que um criminoso procurado fuja de seu país. O escritório central nacional daquele lugar incluirá o nome e as informações necessárias sobre o fugitivo, na chamada "difusão vermelha", que nada mais é do que uma lista que circula pelos computadores da Interpol de todos os seus 194 membros filiados.
Uma vez localizado o foragido, o país que o capturou entra em contato com a nação que o procurava e aguarda que lhe seja apresentado um pedido de prisão, caso ainda não exista.
Sendo aceito o pedido de prisão, cabe ao país do criminoso solicitar o processo de extradição à justiça da nação que efetuou a prisão.
Concedida a extradição, os agentes da Interpol do país solicitante cuidam da operação de transporte e entrega do criminoso à Polícia Federal local.
Em quais crimes a Interpol intervém?
Tal procedimento pode ser utilizado para qualquer crime. Porém, a polícia internacional tem como foco combater e prevenir as seguintes infrações penais:
- corrupção;
- moeda e documentos falsos;
- crimes contra a criança;
- crimes contra o patrimônio cultural;
- cibercrimes;
- tráfico de drogas;
- crime ambiental;
- crime financeiro;
- tráfico de arma de fogo;
- tráfico de pessoas;
- bens ilícitos;
- crimes marítimos;
- crime organizado;
- terrorismo;
- crimes de guerra;
- crime veicular.
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