Marinha: navio que atingiu ponte Rio-Niterói estava ancorado havia 6 anos
O navio que bateu na ponte Rio-Niterói na noite de hoje estava ancorado havia seis anos, segundo a Marinha do Brasil. A instituição afirma que a "destinação da embarcação é objeto de processo judicial", no entanto, não oferecia riscos à navegação.
A embarcação se chocou contra a ponte por volta das 18h30. A via foi fechada nos dois sentidos, mas foi liberada por volta das 21h30. De acordo com o Centro de Operações Rio, órgão da prefeitura carioca, o navio estava abandonado e a âncora não resistiu à pressão do vento.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o navio "São Luiz" foi construído em 2013, é uma embarcação petroleira, mede 244,75 metros de comprimento e 42,36 de largura e tem bandeira das Bahamas, com estado ativo.
Em nota, a Marinha disse que "a destinação da embarcação 'São Luiz' é objeto de processo judicial". "Enquanto aguarda a decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela Autoridade Marítima, na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, sem oferecer riscos à navegação."
"Um IAFN (Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação) será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente", completou a Marinha.
O UOL buscou por e-mail a Navegação Mansur SA, empresa responsável pelo navio, em busca de informações sobre quais imbróglios judiciais paralisaram a operação da embarcação, assim como sobre quando a última manutenção foi feita no barco, mas não recebeu retorno sobre o assunto até o momento.
Dois anos parado. Em 2018, segundo reportagem do jornal O Globo, o navio já estava sem navegar havia dois anos, mas continuava tripulado. A reportagem entrevistou marinheiros que relataram que, para o navio voltar a navegar, era preciso uma reforma na parte externa.
Ele teria parado de funcionar porque, segundo tripulantes contaram ao jornal, a empresa responsável não "pagou o que era devido".
Deteriorado. O navio é mais um dos exemplos do "cemitério de embarcações" que se encontra na baía da Guanabara, conforme relatou outra reportagem, esta da TV Globo. A emissora relatou a deterioração do navio.
Ainda em 2013, conforme relatou O Globo, uma revista gaúcha descreveu o navio, ao chegar em Porto Alegre, com "lastimável estado de conservação".
Trabalho análogo à escravidão. Segundo a Amatra (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho 1ª Região), em 22 de novembro de 2021, quando o navio já estava atracado na Baía de Guanabara, dois homens foram resgatados de trabalho análogo à escravidão.
Segundo a denúncia, a dupla não teve carteira assinada, recebia abaixo do piso salarial, nunca recebeu 13º salário, férias ou vale-transporte. Eles passavam 15 dias no navio e sete dias em terra.
Na ocasião, a empresa dona do navio fez um acordo com o MPT (Ministério Público do Trabalho) para pagar verbas rescisórias e uma indenização de reparação por dano moral individual.
O que aconteceu? Por volta de 18h30, câmeras de segurança da obra mostravam que três navios rebocadores trabalhavam para remover o navio maior do local do incidente, segundo informou o governo federal.
A Marinha do Brasil informou que o navio, de nome "São Luiz", teve sua amarra —cabo que segura a âncora— partida por "condições climáticas extremas", se deslocando até colidir com a ponte.
O município do Rio está sob alerta do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para chuvas intensas de até 50 milímetros e ventos de até 60 km/h desde as 9h25.
Devido ao incidente, a prefeitura do Rio acionou o Estágio de Mobilização, alerta que significa que há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade. O estágio foi acionado no segundo nível, em uma escala de cinco. Segundo a prefeitura, o nível pode ser revisto devido a chuvas ou outros fatores.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.