Suposto líder religioso é preso por estuprar garota em 'sessão espiritual'
Um homem de 63 anos que se dizia pai de santo foi preso em flagrante, suspeito de estuprar uma adolescente de 15 durante uma "sessão espiritual" na cidade de Campo Grande (MS). Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado na noite de ontem em uma casa de umbanda no bairro Almeida Lima.
Para cometer o abuso sexual, o homem, que não teve identidade revelada, levou a adolescente para uma "sessão privada", de acordo com a corporação.
No local, ele teria tocado nas partes íntimas dela e obrigado a vítima a masturbá-lo. Ele teria falado, ainda, que a garota não deveria contar o ocorrido para outras pessoas.
Segundo a ocorrência policial, a vítima saiu da sala onde o abuso foi cometido chorando e contou o fato à mãe, que acionou a Polícia Militar.
Na delegacia, a adolescente chegou a descrever as roupas íntimas usadas pelo homem durante o estupro, que foram conferidas e consideradas compatíveis pela polícia.
À polícia, o homem disse que não se lembrava do que tinha ocorrido e afirmou que estava "semiconsciente" e "incorporado por uma entidade" na ocasião.
Sem qualquer embasamento nas tradições das religiões de matriz africana, o homem justificou, ainda, que "o espirito incorporado retira a energia negativa de espíritos obsessores por meio das partes íntimas".
"[O suspeito] alegou que a vítima estava 'carregada' e cheia de problemas em sua vida pessoal. Confirmou que o que ocorreu foi devido sua necessidade de descarregar as energias ruins que havia absorvido da vítima durante a sessão", afirmou a ocorrência policial.
Federação repudia alegação
Em entrevista ao UOL, o presidente da Federação das Religiões dos Povos de Terreiro MS-Ajô Nilê, afirmou que as sessões de religiões de Matriz Africana são feitas em espaços comunitários.
"Quando há a necessidade de uma consulta individualizada, a nossa prática é estar sempre com um Cambono ou Ekedji [pessoa de confiança que cuida da entidade], justamente para transmitir as palavras daquela entidade ao consulente e também para não haver qualquer tipo de acusação ou desconfiança de qualquer pessoa, seja um filho de santo ou consulente", explicou.
"As entidades são de luz e vêm para trazer paz, amor, carinho, uma palavra amiga aos necessitados, uma cura espiritual e não para acometer qualquer tipo de atrocidade e ilicitude deste gênero", concluiu.
Em nota, a federação esclareceu que o homem não é filiado ao local. "Tão pouco se sabe se o mesmo é realmente Sacerdote de Umbanda, uma vez que tanto a religião de Umbanda, quanto seus adeptos jamais cometeriam uma atrocidade desta monta", afirmou o posicionamento.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente de Campo Grande.
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