Isolado na prisão, procurador que espancou chefe quebra parte da cela
O procurador Demétrius Oliveira Macedo, 34, preso após ser gravado agredindo a chefe dentro da prefeitura de Registro (SP), quebrou pratos e uma pia da cela na qual estava isolado no Presídio de Tremembé.
O caso ocorreu na quarta-feira (16), um dia após o homem ser trocado de pavilhão por quebrar o vidro da própria cela usando o estrado de uma cama.
A informação foi confirmada ao UOL pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária). Em nota, a pasta informou que a pia e o prato de alimentação quebrados eram de plástico.
Segundo o órgão, o homem responde a procedimentos apuratórios disciplinares "em razão de desobediência à ordem de servidor, falta de urbanidade com os colegas de cela, e por descumprir os deveres referentes à manutenção da higiene pessoal e da cela".
A SAP não detalhou, porém, quais "desobediências" foram praticadas pelo homem.
O UOL buscou por e-mail o advogado de Demétrius para saber se ele informou à defesa os motivos dos danos estruturais causados às celas, mas não recebeu retorno sobre o assunto até o momento. O espaço será atualizado tão logo a resposta seja recebida.
Relembre o caso
O procurador foi preso em 23 de junho, três dias depois de agredir a chefe, a procuradora-geral do município de Registro (SP) Gabriela Samadello Monteiro de Barros, 39.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela vítima, a agressão ocorreu depois que ela solicitou a abertura de um processo administrativo contra o subordinado devido a sua postura "hostil e grosseira" no ambiente de trabalho.
O homem não teria gostado da atitude da profissional e foi à sala dela questionar a situação. A discussão evoluiu para os golpes do procurador contra a chefe, que ficou com várias marcas pelo corpo, principalmente no rosto.
O inquérito policial reuniu fotos e vídeos da agressão, além de depoimento da procuradora-geral, para fundamentar o pedido de prisão de Demétrius.
Em entrevista a Universa na época do crime, Gabriela afirmou que se sentia aliviada com a decisão da Justiça de prender o suspeito. Ela disse que acredita na possibilidade de seu colega não aceitar ser comandado por mulheres, já que ele vinha demonstrando descontentamento no trabalho desde 2019, quando uma mulher assumiu o cargo de chefia da Procuradoria-geral do município — cargo até então historicamente ocupado por homens.
Gabriela assumiu o cargo em 2021, sendo a segunda mulher na chefia da área.
Não tolere violência
O Ligue 190 é o número de emergência indicado para quem estiver presenciando uma situação de agressão. A Polícia Militar poderá agir imediatamente e levar o agressor a uma delegacia.
Também é possível pedir ajuda e se informar pelo número 180, do governo federal, criado para mulheres que estão passando por situações de violência. A Central de Atendimento à Mulher funciona em todo o país e também no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita.
O Ligue 180 recebe denúncias, dá orientação de especialistas e encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. Também é possível acionar esse serviço pelo WhatsApp. Nesse caso, acesse o (61) 99656-5008.
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