Mulher é arrastada presa a carro por 1 km e morre em Caxias do Sul (RS)

Uma mulher morreu na noite de domingo (27), após ser arrastada presa a um carro por cerca de um quilômetro, em Caxias do Sul (RS). De acordo com a Polícia Civil, ela começou a ser arrastada na rua Bento Gonçalves e só parou na rua Cristóforo Randon, no bairro Marechal Floriano.

O delegado Rodrigo Bernardes de Assis explicou que o condutor do veículo só parou após colidir com outro automóvel, que estava estacionado na rua. Ele foi contido por populares, que acionaram a Polícia Militar. Os agentes o apresentaram na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento.

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"No início, ele relatou que havia sofrido uma tentativa de assalto. Ele relatou que a mulher teria batido para entrar no carro". O motorista ainda afirmou à polícia que foi surpreendido por um soco na porta do motorista, o que o assustou e o fez arrancar.

A versão é considerada duvidosa pela polícia, uma vez que o suspeito disse que a mulher não chegou a entrar no automóvel. No entanto, testemunhas presenciaram a mulher com parte do corpo dentro e parte fora. Além disso, os policiais localizaram sangue dentro do veículo.

A vítima chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu. "Com anuência do indiciado, fomos fazer a reconstituição, ainda durante a madrugada desta segunda-feira (28). Passamos por todo trajeto, ele nos explicando. Tudo foi registrado e estará no inquérito. Calculamos a rota e deu aproximadamente 1,1 km", disse Assis.

Segundo o delegado, a vítima estava sem documentos. De forma preliminar, os policiais apuraram que a mulher atua como garota de programa no município gaúcho.

A reportagem apurou que o homem tem 72 anos, é morador de Caxias do Sul e frequentava o ponto que reúne garotas de programa, mas tinha fama de não pagar pelos serviços. "Ele negou, disse que não conhecia a mulher, nunca foi ao local e nem teve contato com ela. Afirmou que foi vítima do assalto", detalhou o delegado.

Desentendimento e morte

O suspeito foi autuado por homicídio qualificado (motivo torpe e meio cruel) e levado para uma casa prisional. A prisão preventiva foi solicitada ao Judiciário. A investigação ficará sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios.

"Não faz sentido, pelo que se extraiu, a tentativa de roubo, porque não teria como ter sangue do lado de dentro. Provavelmente, houve um desentendimento, de repente por falta de pagamento, e então, ocorreu o fato", disse o delegado.

"Foi um crime cruel. Populares tentaram fazer com que ele parasse, mas ele não ouviu".

A causa da morte e da identidade da mulher só serão confirmadas após o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), que não tem prazo para ser divulgado. Como a identidade do suspeito não foi divulgada, não foi possível ter acesso à sua defesa.