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Agentes da PRF espancam homem negro imobilizado em abordagem no Tocantins

Do UOL, no Rio

07/01/2023 21h50

Um homem negro foi espancado por agentes da PRF mesmo depois de ter sido imobilizado em Palmas, no Tocantins, na noite de ontem (6).

Um vídeo que flagrou as agressões mostra que o homem estava imobilizado e deitado de bruços após ser retirado de seu carro. Mesmo assim, dois policiais o agridem com socos e chutes.

  • Segundo a PRF, os quatro policiais que estavam na ocorrência foram afastados;
  • O homem teria trafegado na contramão e se recusado a cumprir as ordens de parada;
  • Ele foi autuado oito vezes e enquadrado em três crimes de trânsito, entre eles dirigir sob o efeito de álcool;

Diante da situação, os policiais foram afastados das atividades. E quaisquer agressões e excessos injustificados serão apurados de forma rigorosa pela Corregedoria regional, apoiado pela nossa Corregedoria Nacional e por profissionais da área de direitos humanos
Almir Eustáquio da Silva, superintendente da PRF no Tocantins

Histórico de abusos

A PRF vem protagonizando um histórico de abusos ao longo dos últimos meses.

Em maio, agentes da PRF agrediram e mataram o homem negro Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em Umbauba, no interior do Sergipe. Ele morreu asfixiado após ser trancado no porta-malas de uma viatura pelos policiais, que jogaram bombas de gás lacrimogêneo no compartimento.

Durante os bloqueios de rodovias por extremistas que pregavam um golpe militar para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, foram feitos diversos registros de agentes da PRF colaborando ou tendo postura leniente com atos criminosos dos manifestantes;

Em 30 de outubro, dia do segundo turno da eleição, a PRF fez blitz para dificultar o deslocamento de eleitores em dezenas de pontos no Brasil, com ênfase no Nordeste.

A ação coordenada pela cúpula da corporação foi encarada como uma tentativa de ajudar a reeleição de Bolsonaro e atrapalhar a chegada de eleitores do presidente Lula aos locais de votação. O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, ordenou que as blitz fossem suspensas.

Também em maio, a PRF realizou, ao lado da Polícia Militar, uma das operações mais letais da história do Rio de Janeiro. Ao todo, 23 pessoas foram assassinadas durante a ação na comunidade da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte do Rio.