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SP: Homem fica 'nervoso' após medida protetiva e mata companheira enforcada

Carla Cristina Monteiro, de 23 anos, foi morta pelo marido em Francisco Morato - Reprodução/Redes sociais
Carla Cristina Monteiro, de 23 anos, foi morta pelo marido em Francisco Morato Imagem: Reprodução/Redes sociais

Do UOL, em São Paulo

11/01/2023 19h35Atualizada em 11/01/2023 22h15

Carla Cristina Monteiro, de 23 anos, foi morta estrangulada pelo próprio marido, identificado como José Johny, de 35 anos, na noite de ontem. O caso aconteceu na Rua Paulo VI, no Jardim Nossa Senhora Aparecida, em Francisco Morato, na região metropolitana de São Paulo.

Eles estavam em processo de divórcio, mas seguiam morando juntos antes de Carla pedir, recentemente, uma medida protetiva contra José. Segundo a defesa do homem, a discussão teria começado em razão desta medida.

De acordo com a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), a Polícia Militar foi chamada para atender a ocorrência de feminicídio. Ao chegar na residência, a corporação encontrou a vítima já morta embaixo da cama no quarto do casal.

José teria dito que ele e a ex-companheira teriam se desentendido. Ele confessou que agrediu Carla e depois a enforcou.

"O indiciado foi preso em flagrante dentro da residência e conduzido a uma Cadeia Pública da cidade, ficando à disposição do Poder Judiciário. Foi requisitada perícia junto ao IML (Instituto Médico Legal) para realização de exames necroscópico e toxicológico. A perícia técnica esteve no local para averiguações", disse a SSP em nota.

O caso foi registrado como homicídio na Delegacia de Francisco Morato.

José contatou advogado após matar

O advogado cível que tratava da separação do casal no ano passado disse ao UOL, sob condição de anonimato, que José entrou em contato com ele após matar Carla.

"A única coisa que ele falou por mensagem é: 'Preciso que o senhor venha aqui, eu fiz uma besteira'. Aí eu respondi, o que aconteceu? Ele: 'Ela veio para cima de mim, não aguentei e fui para cima'. Aí, na minha cabeça, eu entendi que ele tinha a agredido e eu falei que já tinha informado várias vezes que não era para ele ficar na mesma casa com ela. Ele respondeu que tinha feito o pior, eu questionei: Como assim? 'E ele: 'matei'."
Advogado que tratava da separação do casal

O advogado conta que ligou para a polícia, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e Corpo de Bombeiros logo que recebeu a mensagem do cliente.

O defensor explicou que não havia nenhum registro de agressão entre ambos e que a briga do casal era pela casa e a guarda do filho deles, de 3 anos.

Defesa fala que homem ficou 'nervoso' com medida

O advogado de José, Anailton Barbosa, disse ao UOL que o cliente havia ficado "nervoso" porque Carla pediu uma medida protetiva contra ele.

Ele [José], em um momento de fúria, ao saber dessa medida restritiva, de ficar impedido de voltar à sua residência, tomou essa iniciativa de voltar no local mesmo impedido. Segundo ele, ambos entraram em discussão de casal e foram as vias de fato até que ele chegou a sufocá-la. Ele é réu confesso.

A defesa, também composta pelo advogado Ednilson Andrade, ainda afirmou que o cliente tem ciência da gravidade do crime cometido e nega que o filho do casal tenha presenciado o pai sufocando a própria mãe.

Após o crime, o filho do casal está sob os cuidados da família do pai.