Preso homem suspeito de abusar sexualmente de influencer em Santa Catarina
Foi preso em flagrante o homem suspeito de violentar sexualmente a influencer e estudante de psicologia Nina Tobal, de 20 anos, em Joinville, no Norte de Santa Catarina. O homem, que é natural do município e tem 30 anos, foi identificado com a ajuda da análise de mais de 100 câmeras de segurança instaladas nas imediações da avenida onde o abuso ocorreu.
Ele foi preso ontem à noite quando chegava na casa de sua companheira. O suspeito não resistiu à prisão e confessou o crime.
O caso gerou revolta na cidade mais populosa de Santa Catarina e ocorreu em plena luz do dia, na Avenida Hermann August Lepper, uma das mais movimentadas de Joinville. Na ocasião, a jovem caminhava na calçada quando foi surpreendida pelo criminoso, que anunciou um assalto, a segurou entre ele e uma árvore, e se masturbou.
"Foi o momento que eu me senti mais suja na minha vida, foi repugnante, o pior sentimento que eu já tive", desabafou Nina Tobal ao UOL sobre o episódio.
A repercussão do caso e o risco de fuga do suspeito fez com que a Polícia Civil montasse uma força-tarefa que contou com a Delegacia de Proteção à Criança, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI), o Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, e o Departamento de Investigação Criminal (DIC).
De acordo com a delegada regional de Polícia Civil, Tânia Harada, ao ser preso o homem admitiu o ato criminoso.
"Confessou o ato dizendo que como não teve conjunção carnal, ele não teria feito nada de mais, e que tem um impulso por esse tipo de atitude, escolhendo a vítima aleatoriamente na rua", afirma.
Conforme a Polícia Civil, o delegado Eduardo Mendonça assinou a prisão em flagrante pelo crime de violação sexual, previsto no artigo 215 do Código Penal Brasileiro, caracterizado por conjunção carnal ou prática de outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima.
Se condenado por esse crime, o autor pode ter pena de reclusão de dois a seis anos de reclusão.
Busca por justiça continua. Em conversa com a reportagem na tarde de hoje, Nina Tobal, se disse um pouco aliviada pela prisão do homem que a violentou. No entanto, ela afirmou que está recebendo apoio jurídico para tentar mudar a tipificação do crime para estupro, cujo a pena prevista em caso de condenação pode chegar a 10 anos de cárcere.
"Estou aliviada é claro, mas mudaram a acusação de estupro para importunação e eu estou recorrendo para que esse crime seja tratado como estupro e não como importunação sexual, porque eu sei o que eu vivi, eu sei como aconteceu e eu sei o que está escrito na Lei", explica.
A delegada Patrícia Zimmermann D´Ávila, coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, esclareceu à reportagem que até o momento o inquérito policial não aponta para o crime de estupro, e sim de importunação sexual, porque ainda não há comprovação de elementos que levem a qualificação do crime de estupro.
"Para a qualificação do estupro, a princípio, é necessário violência ou grave ameaça, mas neste caso, até agora alguns detalhes ainda não estão comprovados, como ameaça de matar, emprego de arma de fogo. Ele não amarrou e não amordaçou ela. Por isso, num primeiro momento, a investigação não aponta para estupro, mas importunação sexual, o que também é grave", salienta.
A delegada justifica que a Polícia Civil segue critérios rigorosos na investigação e que, a partir da prisão do autor, o inquérito deverá ser concluído em dez dias. Neste prazo, caso surjam os elementos necessários para mudar a tipificação e caracterizar o crime, o suspeito ainda poderá indiciado por estupro.
"Somos extremamente técnicos na investigação e a proteção de mulheres é prioridade para a Polícia Civil. Imagine uma mulher não poder caminhar em segurança em via pública em Santa Catarina? Isso é inadmissível, por isso a investigação não parou até a gente lograr êxito na prisão dele e vamos continuar a investigação para elucidar o caso", conclui.
Polícia crê que existem mais vítimas. A delegada Patrícia Zimmermann comemorou a rápida identificação e prisão do criminoso e afirmou que esse é um tipo de caso que não costuma ocorrer em Santa Catarina.
"Quando isso acontece, a gente não para até encontrar (o autor). Fizemos um trabalho ininterrupto até localizar e prender, porque um cidadão que comete um crime como esse só para quando é preso. Senão, ele faz uma primeira vítima, depois duas ou mais", destaca.
No entanto, a Polícia Civil acredita que pelo relato contado pelo homem no momento da prisão, ele pode ter feito outras vítimas, apesar de não ter passagens criminais anteriores. A hipótese é reforçada pela delegada Tânia Harada.
"Acreditamos piamente que haja outras vítimas, infelizmente não podemos divulgar o nome e nem imagem deste homem, mas temos esperança que outras vítimas procurem a delegacia da mulher caso tenham passado por situação semelhante a dessa jovem, para que possamos vincular ele a esses atos caso seja o autor", afirmou.
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