Cativeiro e corpos carbonizados: o que se sabe sobre família sumida no DF
Três homens foram presos nas últimas 24 horas por ligação com o desaparecimento de oito pessoas da mesma família, no Distrito Federal. O primeiro sumiço registrado pela polícia foi a da cabeleireira Elizamar da Silva, 39, vista pela última vez na quinta-feira (12). Ela teria ido até a casa dos sogros buscar o marido, Thiago Belchior, 30, mas sumiu após a visita, acompanhada apenas dos três filhos, um menino de 7 anos e um casal de gêmeos de 6.
A família da mulher afirma que o companheiro de Elizamar disse que ela foi embora após uma discussão entre os dois. A versão teve uma reviravolta um dia depois, quando um carro semelhante ao dela foi encontrado carbonizado em Cristalina (GO), com quatro corpos dentro. Após a descoberta, os sogros, o marido e a cunhada da cabeleireira também não responderam mais aos contatos, e foram registrados como desaparecidos no domingo (15).
A motivação e autoria do crime permaneceu um mistério por alguns dias, até que ontem dois homens foram presos por ligação com o caso. Os suspeitos, de 56 e 49 anos, são investigados por extorsão qualificada para homicídio e associação criminosa, mas, até o momento, as identidades das vítimas carbonizadas não foi oficialmente confirmada. Ao todo, sete corpos já foram encontrados, sendo o último hoje, em um cativeiro, em Planaltina (DF).
Segundo o delegado do caso, Ricardo Viana, o motivo do crime seria dinheiro. "A investigação caminha no sentido de que o Marcos, chefe da família, havia recebido uma quantia. Tem uma hipótese também da Renata, esposa do Marcos, ter vendido o imóvel e de posse dessas informações eles simularam um cativeiro onde começaram a extorquir as vítimas. Com a negativa, eles resolveram matar um por um", disse ele ao "Brasil Urgente".
Quem são os desaparecidos
- Elizamar da Silva, 39
- Rafael da Silva, 6.
- Rafaela da Silva, 6.
- Gabriel da Silva, 7.
- Thiago Gabriel Belchior, 30, marido de Elizamar.
- Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, sogro de Elizamar.
- Renata Juliene Belchior, 52, sogra de Elizamar.
- Gabriela Belchior, 25, cunhada de Elizamar.
Supostos mandantes
- Um dos suspeitos presos no Distrito Federal afirmou que Thiago e seu pai, Marcos Antônio, foram mandantes do crime.
- Ele alegou que receberia o valor de R$ 100 mil pela execução de Elizamar, seus filhos, sua sogra e sua cunhada.
- Em depoimento à polícia, obtido pela Record TV, o homem diz que estrangulou as vítimas com o cinto de segurança, antes de atear fogo aos carros.
- Indo contra as informações do DF, a Polícia Civil de Goiás disse duvidar de que pai e filho sejam os mandantes do crime
- À rádio CBN, a corporação afirmou que os dois "não teriam motivos" para encomendar as mortes.
Fuga com amante x Enterro em fazenda
- Além dos oito membros da mesma família, mais duas mulheres estão na lista de desaparecidos.
- Na versão divulgada pela Polícia Civil do DF, elas seriam uma amante de Marcos e a filha dela.
- Para os policiais de Goiás, que não tratam a desaparecida como amante, elas também foram assassinadas.
- Marcos, Thiago e as duas estariam enterrados em uma fazenda em Planaltina de Goiás, no entorno da capital federal.
- Um outro suspeito teria se oferecido para apontar o local do enterro.
- A identidade das duas mulheres de fora da família não foi divulgada.
Vítimas passaram por cativeiro
- Ainda segundo a Polícia Civil, Renata e Gabriela Belchior, sogra e cunhada de Elizamar, ficaram em um cativeiro no DF.
- Do local, elas teriam sido levadas até Unaí (MG), onde um carro incendiado foi encontrado no sábado (14), com dois corpos.
- Um homem de 34 anos, vigia do cárcere, foi o 3º preso por ligação com o caso, sendo encontrado em Planaltina (DF) na manhã de hoje.
Localização dos corpos
- 4 corpos em carro carbonizado em Cristalina (GO) em 13 de janeiro.
- 2 corpos em carro carbonizado em Unaí (MG) em 14 de janeiro.
- 1 corpo em cativeiro no DF em Planaltina (DF) nesta quarta-feira (18).
Em nota divulgada hoje, os policiais do 6º DP do Distrito Federal, em Paranoá, confirmaram apenas que os carros em que as vítimas foram encontradas realmente pertenciam a duas das pessoas desaparecidas.
Apesar de apontar Marcos e Thiago como principais suspeitos de arquitetar as mortes, o delegado-chefe Ricardo Viana destacou em uma coletiva na noite de ontem que a equipe segue apurando os detalhes apresentados pelos suspeitos.
"As investigações continuam com o intuito de verificar a versão apresentada, isto é, se Marcos e Thiago estão vivos e se realmente foram coautores do hediondo crime", afirmou o delegado.
Os três homens presos por ligação com o caso, sendo encaminhados à carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) para posterior audiência de custódia. A ocorrência está sendo apurada pelas polícias civis do Distrito Federal, de Goiás e de Minas.
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