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Chacina no DF: Vítima e dois suspeitos se conheceram na prisão, diz polícia

Marcos Antônio Lopes de Oliveira, uma das vítimas da chacina no DF - Reprodução
Marcos Antônio Lopes de Oliveira, uma das vítimas da chacina no DF Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

29/01/2023 15h59

O delegado Ricardo Viana, responsável pela investigação da chacina no Distrito Federal que matou dez pessoas da mesma família, disse que dois dos cinco suspeitos conheceram uma das vítimas na prisão

Gideon Batista de Menezes e Horácio Carlos, os suspeitos, ficaram presos com Marcos Antônio Lopes de Oliveira, que foi assassinado.

As informações foram dadas em coletiva de imprensa na sexta-feira (27).

Eles teriam uma parceria entre eles, se encontraram e essa amizade teria começado no interior da cadeia. O Marcos os trouxe para morar na residência, tanto o Gideon como o Horácio. De lá [presídio], eles criaram vínculo e eles [Gideon e Horácio] conviviam com a família Delegado Ricardo Viana, chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá)

Outros três homens foram presos por suspeita de participação nos crimes e um adolescente de 17 anos apreendido.

Motivação financeira

Segundo as investigações, o motivo do crime foi uma chácara avaliada em R$ 2 milhões, em Itapoã (DF), que pertencia à família de Marcos.

A ideia dos criminosos, ainda de acordo com a polícia, era se apossar do terreno e vendê-lo. Para evitar que qualquer herdeiro reivindicasse a posse do imóvel, os assassinatos foram se estendendo para toda a linha sucessória familiar.

De acordo com o delegado, há indícios de que o crime vinha sendo planejado há meses, já que o imóvel que serviu de cativeiro para parte da família foi alugado em outubro. Além disso, os assassinatos teriam acontecido ao longo de 18 dias, entre o fim de dezembro e início de janeiro.

Viana disse que os integrantes da família foram mortos de formas diferentes, "em uma crueldade extrema".

Marcos foi a primeira vítima, no dia 28 de dezembro, quando os criminosos simularam um assalto e invadiram a chácara, onde ele estava com a esposa e a filha. Na ocasião, parte dos suspeitos se fingiu de refém para não chamar atenção da família, segundo a polícia.

Marcos teria reagido ao suposto assalto e foi atingido por um tiro na nuca por um dos criminosos. Depois, a família foi levada para a casa usada como cativeiro em Planaltina (DF) onde, na mesma noite, o pai da família foi esquartejado vivo na cozinha e enterrado em uma cova rasa.

Quem são as vítimas da chacina no DF:

Motivação da chacina no DF - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Vítimas da chacina
Imagem: Reprodução/Twitter
  • Elizamar da Silva, 39, cabeleireira;
  • Thiago Gabriel Belchior, 30, marido de Elizamar, que chegou a ser considerado suspeito de ser mandante do crime;
  • Rafael da Silva, 6, filho gêmeo de Elizamar e Thiago;
  • Rafaela da Silva, 6, filha gêmea de Elizamar e Thiago;
  • Gabriel da Silva, 7, filho de Elizamar e Thiago;
  • Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, sogro de Elizamar;
  • Renata Juliene Belchior, 52, sogra de Elizamar;
  • Gabriela Belchior, 25, cunhada de Elizamar;
  • Claudia Regina Marques de Oliveira, ex-esposa de Marcos;
  • Ana Beatriz Marques de Oliveira, 19, filha de Claudia e Marcos.

Suspeitos e sua participação:

  • Horácio Carlos, 49 anos; teve o nome mencionado pela polícia em todas as etapas da chacina.
  • Gideon Batista de Menezes, 55, amigo antigo de Marcos; suposto mentor do crime, não participou das mortes de Thiago, Ana Beatriz e Cláudia, após queimar as mãos ao carbonizar carro com Renata e Gabriela.
  • Fabrício Silva Canhedo, 34; esteve presente no sequestro de Ana Beatriz e Cláudia e no suposto assalto a Marcos, mas não participou de seu esquartejamento.
  • Carlomam dos Santos, 26; entrou no plano como sequestrador de Cláudia e Ana Beatriz, enquanto Gideon, Horácio e Fabrício fingiam também ser vítimas.
  • Carlos Henrique Alves da Silva, "Galego", 27; se juntou ao grupo no sequestro e morte de Elizamar e seus filhos.
  • Adolescente apreendido, de 17 anos; teria participado apenas da morte de Marcos, deixando a casa usada como cativeiro após ficar "chocado" com a brutalidade do crime.