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Idosa de 84 anos torturada em SP morreu por estrangulamento, diz polícia

Yaeko Okamura, 84, foi morta asfixiada durante assalto - Reprodução
Yaeko Okamura, 84, foi morta asfixiada durante assalto Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

09/02/2023 13h16Atualizada em 09/02/2023 15h58

Asfixia mecânica por estrangulamento foi a causa da morte de Yaeko Okamura, 84, de acordo com o laudo. A idosa foi torturada na madrugada de 30 de janeiro no Sacomã, zona sul de São Paulo.

Quatro suspeitos foram identificados pela Polícia Civil, mas apenas dois tiveram a prisão decretada pela Justiça paulista: Cauê Ferreira, 20, e Luis Paulo Alves de Castro, 21.

A dupla já é considerada foragida da Justiça. A polícia trabalha para a prisão de Cauê e Luis Paulo, de acordo com o delegado Baena, responsável pelo Cerco (Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado) Sul.

A Justiça entendeu que não era o momento de fazer a apreensão dos outros dois suspeitos — eles são menores de idade. Segundo o delegado do caso, ambos têm passagens por roubo e suas impressões digitais foram confirmadas no carro usado no crime.

No latrocínio (roubo seguido de morte), os suspeitos levaram uma televisão de 55 polegadas e um aspirador de pó. Todos os cômodos da casa estavam revirados, e a sala tinha sangue.

Yaeko foi encontrada caída no chão, com mãos e pernas amarradas com gravatas. Ela tinha corte no lábio superior e hematomas nos dois olhos. Chegou a ser levada para o Hospital Ipiranga, mas não resistiu. A vítima morava sozinha havia um ano, desde que ficou viúva.

Dois carros, usados pelos suspeitos, foram encontrados na região do roubo: um Fiat Palio Ex verde e um Honda CRV branco. Um dos carros, registrado em nome de Luis Paulo, foi fundamental para que a polícia identificasse os suspeitos.

O delegado Baena disse que há uma onda de roubos a residências em que vivem idosos. Além do caso de Yaeko, ao menos outros quatro crimes são investigados na zona sul da capital paulistana.

Todas as vítimas moram sozinhas e são torturadas e roubadas. Os ladrões acreditam que eles guardam valores em espécie em casa, diz Baena. Por isso invadem as casas, amarrando e ameaçando as pessoas, mas "nem sempre subtraem coisas de valor".

O primeiro caso, registrado em outubro de 2022, ocorreu no Parque Bristol. Outro aconteceu no Sacomã, em 28 de janeiro. Na Vila Clementino foram dois casos, também em janeiro.

As vítimas são escolhidas aleatoriamente. "Eles andam pelas ruas, de carro, olhando e conseguindo alguma informação para chegar a essas casas. Não existe uma preparação específica para isso", diz o delegado.

O ladrão tem essa falsa impressão que vai entrar e achar um cofre com dinheiro, mas não existe mais isso. Aí eles acabam fazendo essa atrocidade, de torturar a vítima querendo dinheiro. O excesso da tortura acaba virando latrocínio."
Delegado Fábio Baena Martin