Falso personal é preso por infectar mulheres com HIV de propósito no Amapá
Um homem de 28 anos foi preso suspeito de infectar propositalmente mulheres com HIV no Amapá. As vítimas registram boletim de ocorrência e informaram que tinham testado positivo após terem relações sexuais com ele.
Ele foi detido ontem durante o trabalho como personal trainer em uma academia no Centro de Macapá. Segundo a polícia, ele usava a profissão para se aproximar das vítimas.
No entanto, hoje, um representante do Conselho Regional de Educação Física procurou a delegacia para informar que o investigado "não tem registro profissional junto ao órgão de regulamentação". A infração de exercício irregular da profissão será apurada separadamente.
A Polícia Civil informou que o homem será indiciado pelo crime de lesão corporal gravíssima. De acordo com a delegada Marina Guimarães, da DP de Crimes contra a Mulher, o suspeito teria praticado sexo sem proteção com uma amiga "mesmo ciente de que seria HIV positivo". Ele vinha sendo investigado desde o mês de janeiro.
Uma das vítimas relatou à polícia que, em um exame de rotina, descobriu estar infectada, e entrou em contato com o homem. Ele teria dito que faria o exame, no entanto, não cumpriu.
"Tentamos contato com o suspeito e, inicialmente, ele ouviu a psicóloga e disse que faria exame. Depois, não respondeu mais. Na tentativa de intimá-lo pessoalmente, fomos informados que ele estaria morando em outro estado", informou a delegada.
Uma das denunciantes teria sido infectada ainda adolescente, com 16 anos à época da relação. Mais duas mulheres procuraram a polícia após a repercussão da denúncia. Uma delas estava morando com o homem havia seis meses. Segundo a polícia, os casos serão investigados em inquérito separado.
O homem, que não teve a identidade divulgada, segue preso preventivamente. A polícia orienta que desconfiem de alguma situação do passado realizem exames e procurem a delegacia.
O UOL entrou em contato com o Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Amapá para mais detalhes do processo e aguarda retorno. Quando houver resposta esta nota será atualizada.
O crime de lesão corporal gravíssima é aplicado em diversas situações, incluindo quando uma ação resulta em enfermidade incurável. A pena pode variar de 2 a 8 anos de reclusão. Contaminar um parceiro com uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) também é crime e está previsto no Código Penal Brasileiro, no artigo 130.
O trecho da Lei diz que "expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado" pode levar a detenção, de três meses a um ano, ou multa. Mas, quando há intenção de transmitir a doença, a pena de reclusão pode variar de um a quatros anos, além de multa.
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