Empresários suspeitos de contrabando de ouro ilegal são liberados pela PF
Os empresários Diego Mello e Lílian Pena foram soltos hoje, de acordo com o advogado de defesa. Os dois foram presos no último dia 15, em uma operação da PF (Polícia Federal) que investiga uma organização criminosa de contrabando de ouro extraído ilegalmente na Amazônia. Ele foram liberados porque venceu o prazo de cinco dias de prisão temporária ordenado pela Justiça Federal do Pará no dia da Operação Sisaque.
As empresas comandadas por eles e Marina Alonso —que está foragida até o momento— são suspeitas de exportar 12 toneladas de ouro entre 2016 e 2021. Eles teriam faturado quase R$ 3 bilhões nesse período.
A Justiça mandou confiscar R$ 2 bilhões das contas bancárias dos investigados. Os minerais eram revendidos para o exterior por meio de uma empresa nos Estados Unidos. Apesar da soltura dos empresários, a ordem de bloqueio de bens permanece em vigor.
O advogado de Mello e Pena negou que o ouro comercializado tenha origem ilegal. Ele disse que a procedência é de áreas com permissão de lavra garimpeira (PLG) e com laudos comprovados por satélite.
São áreas garimpáveis e autorizadas. Não tem como dar credibilidade a uma investigação quando eles têm PLG e lavra comprovada. Estão sendo extremamente desleais.
Daruich Júnior, advogado de defesa
Como funcionava o esquema?
Segundo a PF, pequenas empresas compravam ouro de locais proibidos na Amazônia, como terras indígenas ou áreas de conservação ambiental. Para disfarçar, faziam uma nota fiscal fria, informando que adquiriram os metais em uma lavra legalizada.
Os agentes, porém, descobriram que nem sequer existia mineração na região onde essa lavra estava autorizada.
Com esse documento falso, essas empresas menores vendiam o ouro ilegal para outras companhias, que revendiam para uma organização nos Estados Unidos. De lá, suspeita-se que o minério chegasse à Suíça, Itália, China e Emirados Árabes Unidos.
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