Veja por dentro o navio anfíbio que atua no litoral de SP e vale R$ 522 mi
O navio-capitânia Atlântico (A140), que chegou hoje a São Sebastião para auxiliar no resgate dos afetados pelas chuvas que provocaram desabamentos e mortes no litoral norte de São Paulo, custou 84,6 milhões de libras esterlinas (R$ 522,6 milhões na cotação atual) aos cofres brasileiros.
Maior embarcação da Marinha do Brasil, ele foi adquirido em 2018 e afastou de vez a possibilidade de uma recuperação do porta-aviões São Paulo, que foi afundado no início deste mês em meio a uma discussão por risco ambiental.
O Atlântico é um navio de assalto anfíbio ou navio-aeródromo — navios de combate empregados no desembarque e apoio a forças terrestres —, já que pode comportar seis helicópteros do Comando da Força Aeronaval, uma lancha de transporte de 20 pessoas, uma lancha operativa do tipo Pacific, além de um estoque de saúde para primeiros socorros.
A prefeitura de São Sebastião publicou imagens do interior da embarcação, mostrando algumas de suas instalações. Veja:
As características do A140:
- Foi construído pelas empresas Kvaerner Govan e VSEL, na cidade inglesa Barrow-in-Furness, em meados dos anos 1990.
- Entrou em operação em 1998 e serviu 20 anos à Marinha Real Britânica.
- Foi incorporado à Marinha do Brasil em 2018.
- Custou 84,6 milhões de libras esterlinas (R$ 522,6 milhões na cotação atual).
- Originalmente chamado HMS Ocean, foi rebatizado no Brasil.
- Tem 203 metros de comprimento.
- Pesa 21,5 mil toneladas.
- Sua velocidade máxima mantida (VMM) prevista em projeto é 18 nós (33,3 km/h).
- Acomoda até 806 tripulantes.
Chamada também de Navio-Aeródromo Multipropósito, a embarcação é apropriada justamente para missões de caráter humanitário. De acordo com informações da Agência Marinha de Notícias, o navio tem em seu histórico missões uma série de missões feitas ainda sob comando britânico:
- Operação Palliser, na Serra Leoa, na África Ocidental, nos anos 2000.
- Grupo de combate do HMS Illustrious na Guerra do Iraque.
- Operações humanitárias na Ásia em 2009.
- Operação Unified Protector, na Líbia, em 2011.
- Operação Ruman, por meio de operações navais em apoio a ações humanitárias nas ilhas do Caribe, afetadas pelo furacão Irma, em 2017.
Já entre as capacidades embarcadas no navio, estão:
- 6 helicópteros do Comando da Força Aeronaval.
- 3 Embarcações de Desembarque de Viatura e Pessoal, com capacidade para embarque de 35 pessoas cada.
- 1 Lancha de transporte de pessoal (20 pessoas).
- 1 Lancha Operativa do tipo Pacific.
- 1 Equipe de Pronto Emprego do Centro de Medicina Operativa da Marinha, composta por 28 médicos e militares da área de saúde de diferentes especialidades, incluindo pediatras.
- Centro Médico do Navio-Aeródromo Multipropósito "Atlântico" com médicos das seguintes especialidades: Ortopedista, Cirurgião Geral, Anestesista, Clínico Geral, além de Farmacêutico, Cirurgião Dentista, Técnicos em Enfermagem, Auxiliar de Higiene Bucal e Auxiliar de Laboratório (patologia clínica).
- Estoque de Saúde de Reação Primária.
- Um Grupamento Operativo com 180 Fuzileiros Navais, da Força de Fuzileiros da Esquadra, com maquinário composto por microcarregadeiras, ambulâncias e pá carregadeira, para ajudar na desobstrução de vias e demais necessidades.
Segundo a Marinha, estima-se que mais de mil militares estarão envolvidos no atendimento aos feridos na tragédia do litoral paulista.
Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Bertioga foram as cinco cidades entraram em estado de calamidade pública após a chuva, que foi a maior já registrada em apenas um dia no Brasil. Das 49 mortes confirmadas, 48 foram em São Sebastião e um em Ubatuba.
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