Chuvas: corpo de jovem é reconhecido após aviso de que havia sobrevivido
A família de Alexandre Silva Castilho, 24, foi da euforia ao desespero em questão horas: o pai do rapaz foi avisado que seu filho tinha sido encontrado com vida após os deslizamentos no fim de semana que mataram ao menos 50 pessoas no litoral norte de São Paulo. Quando chegou ao hospital para encontrar o rapaz, recebeu outra ligação, agora do IML: o corpo do filho acabara de ser reconhecido.
As informações são de Isabela, um nome fictício de uma familiar próxima do rapaz, que prefere não se identificar.
O desmoronamento da casa em que ele estava, na Barra do Sahy, em São Sebastião, resultou na morte de cinco pessoas, incluindo uma idosa e duas crianças. Alexandre passava férias com outras seis pessoas quando um forte barulho na madrugada de sábado para domingo (19) foi seguido de escuridão e silêncio.
"Em pouco tempo os vizinhos se mobilizaram. O resgate foi muito rápido, só o Alexandre, que dormia, ficou desaparecido", diz Isabela.
Depois de muita procura, a família recebeu uma ligação de um instituto em São Sebastião que recebe feridos para atendimento emergencial antes de encaminhá-los para os hospitais da região.
Com uma foto de Alexandre em mãos, um voluntário afirmou que o rapaz estava vivo e foi levado para um hospital em São José dos Campos porque estava com uma perna quebrada.
O pai do jovem foi direto para o Hospital Regional de São José dos Campos na madrugada de terça para quarta (22). Mas ao chegar no endereço recebeu outra ligação, agora do IML: o corpo de Alexandre havia sido reconhecido.
"No IML, o pai não quis entrar. Foi alguém de confiança da família que reconheceu o corpo", afirmou Isabela, que ouviu parte dos relatos do irmão de Alexandre, Gabriel, de 14 anos, que estava na casa, sobreviveu, mas está em estado de choque.
"Ele lembra de ter ouvido um barulho muito forte e ficado tudo escuro. Ele se levantou por conta e, quando viu, os vizinhos já prestavam socorro", disse.
O enterro de Alexandre aconteceu na tarde desta quinta (23) no cemitério Parque dos Ipês, em Itapecerica da Serra.
Alexandre morava em Taboão da Serra com a mãe e o irmão. Reservado, pouca gente sabia que ele tinha alugado com os amigos a casa de praia por dez dias durante o Carnaval.
Os pais do jovem "estão devastados", afirmou Isabela. "Às vezes bate desespero e todo mundo começa a chorar."
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