Ema da Granja do Torto morreu por 'obesidade extrema', aponta laudo

"Obesidade extrema" foi a causa da morte de uma das emas da Granja do Torto, confirmada por laudo veterinário feito pelo Laboratório de Patologia Veterinária da UnB (Universidade de Brasília). Segundo o documento, o animal foi alimentado com comida inadequada, proveniente da cozinha do palácio do governo.

Em vez de ração balanceada, indicada para a nutrição dos animais, milho e arroz estavam entre os alimentos fornecidos à ave. O alto índice de carboidratos prejudica a espécie.

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O bicho passou por uma necropsia, que indicou excesso de depósito de gorduras, o que compromete a capacidade respiratória e sobrecarrega o sistema circulatório, levando o animal à morte.

O que aponta o laudo:

• hemorragia multifocal discreta no coração;
• edema e congestão difusa nos pulmões;
• degeneração vacuolar difusa no fígado, sugerindo esteatose (gordura no fígado).

Segundo a Presidência da República, só neste ano, morreram três emas que habitavam os palácios do Executivo federal. Segundo a Casa Civil, duas aves estavam na Granja do Torto, residência do ex-ministro Paulo Guedes até meados de dezembro, e um terceiro, no Palácio da Alvorada.

No início deste mês, o UOL obteve com exclusividade acesso a documentos da Casa Civil e da Emater-DF (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), que comprovavam que os animais estavam sem acompanhamento veterinário e viviam, em sua maioria, em instalações inadequadas.

As emas atuavam no controle de animais peçonhentos, como cobras e escorpiões, encontrados às margens do Lago Paranoá, onde fica a casa presidencial. As aves também integravam o paisagismo do palácio, elaborado por Yoichi Aikawa, jardineiro do Palácio Imperial do Japão.