'Escravizados do vinho' conseguiram fugir após Pix feito por familiar
Em entrevista à GloboNews, o chefe da delegacia da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Caxias do Sul (RS), Jonatas Josué Nery, disse que três trabalhadores conseguiram sair de Bento Gonçalves com o valor transferido.
Como ocorreu a fuga:
- Os três trabalhadores que desencadearam a ação de combate à situação análoga à escravidão fugiram do local em Bento Gonçalves após uma "sessão de espancamento";
- Segundo o policial, uma das vítimas conseguiu esconder um celular e utilizou o aparelho para publicar em redes sociais os abusos que vinha sofrendo. Um dos responsáveis pelo trabalho descobriu e espancou a vítima;
- Durante a madrugada, eles conseguiram fugir do local e passaram um tempo em uma região de mata, até conseguirem entrar em contato com a família de uma das vítimas, que fez a transferência via Pix para se deslocarem até Caxias do Sul;
- Um áudio enviado na madrugada pelos trabalhadores a amigos foi encaminhado à PRF, que conseguiu localizar os homens e levá-los à unidade policial.
Eles estavam bastante reticentes em conversar conosco, eles não queriam contato com órgãos policiais por receio das ameaças que sofreram. Esses que estavam com eles na 'pousada' diziam ser policiais, ter apoio das forças policiais Jonatas Josué Nery, chefe da PFR
O chefe da delegacia da PFR afirmou que as vítimas relataram que um dos argumentos utilizados pelos responsáveis pelo local para mantê-los na situação de escravidão era uma suposta dívida que eles teriam desenvolvido com os "empregadores".
"Eles falaram na compra de um único mercado, que quando faltava dinheiro eles pegavam R$ 100 reais, e já deviam R$ 150 imediatamente. 1kg de feijão a R$ 22, azeite a R$ 15. Um deles me disse que veio na promessa de receber R$ 3 mil, e na primeira semana já devia R$ 900".
Entenda o caso:
- A PRF (Polícia Rodoviária Federal) resgatou 207 pessoas em situação análoga a escravidão em Bento Gonçalves (RS) na última quinta-feira (23);
- Eles eram mantidos em um alojamento em péssimas condições, sofriam violências físicas e eram obrigados a comer alimentos estragados;
- Eles trabalhavam para uma empresa prestadora de serviço contratada pelas vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi.
- A maioria dos trabalhadores vinha da Bahia e já voltou para casa;
- Agora, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego vão analisar individualmente os direitos trabalhistas de cada uma das vítimas.
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