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Após ocupação, ministro diz que retomou negociações entre MST e Suzano

Paulo Teixeira: "Queremos diálogo" - Lucas Borges Teixeira/UOL
Paulo Teixeira: "Queremos diálogo" Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Do UOL, em Brasília

08/03/2023 17h40Atualizada em 08/03/2023 17h59

O governo federal recriou uma mesa de mediação para resolver o conflito agrário entre o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e a empresa Suzano no sul da Bahia, após a desocupação das terras da companhia ontem (7).

Em reunião coordenada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, hoje em Brasília, as partes concordaram em retomar um acordo firmado em 2011 e interrompido em 2016. Sem conclusão, o governo marcou nova reunião para a semana que vem.

Cerca de 1.500 membros do MST ocuparam áreas de três fazendas de eucalipto da Suzano, que produz papel e celulose, no extremo sul do estado no dia 27 de fevereiro.

Segundo o movimento, a empresa tem descumprido a cessão de terras a 650 famílias, em acordo atualizado pela última vez em 2015. A empresa nega e acusa o MST de "violar o direito à propriedade privada".

Nós criamos uma mesa de negociação, que terá sua primeira reunião no dia 16 de março. Até lá, as partes vão estudar os termos daquele acordo que foi firmado e atualizá-lo."
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

De acordo com Teixeira, esta mesa de negociação mediada pelo governo federal foi criada em 2011, durante a gestão Dilma Rousseff (PT), e extinta em 2016, no governo Michel Temer (MDB).

"Foram, então, sete anos sem essa negociação", afirmou Teixeira, que não revelou os termos da última atualização do acordo entre as partes, firmada em 2015.

Como condição para haver a reunião, o movimento iniciou a retirada pacífica dos manifestantes em fazendas nas cidades de Caravelas, Mucuri e Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia, na manhã de ontem.

Hoje, todas as fazendas já haviam sido desocupadas, segundo o MDA.

Queremos uma solução de diálogo para todos os eventuais conflitos. O respeito ao direito de propriedade será uma tônica desses atores. A Suzano reconhece as obrigações assumidas naqueles acordos e agora vai discutir os modos e os meios de execução com o governo federal."
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

Além do MST e da Suzano, participaram também da reunião representantes do governo da Bahia.