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Lira diz que governo Lula não tem votos para aprovar projetos no Congresso

Do UOL, em São Paulo

06/03/2023 12h44Atualizada em 06/03/2023 19h20

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) afirmou hoje que os rumos políticos do Brasil começam a ser definidos agora que o carnaval passou, porém o governo federal não tem votos suficientes para aprovar projetos. Ele deu as declarações durante evento na Associação Comercial de São Paulo.

O que Lira disse em evento

  • Lira declarou que o caminho político brasileiro não tem rumo definido e que isto começa a ser traçado a partir desta semana com reuniões entre líderes partidários e deles com a coordenação política do governo federal.
  • Na visão do presidente da Câmara, pacificar o país é prioridade e a estabilidade ocorre quando há acordos entre partidos de centro.
  • Ele ainda disse que o eleitorado elegeu um presidente com perfil diferente do Congresso, que seria liberal. "Nós vamos ter um termômetro claro de como as coisas funcionarão dentro do Congresso Nacional."
  • O presidente da Câmara também avaliou que a frente ampla da campanha de Lula (PT) e a composição ministerial do petista não surtiram efeitos em votos para base governista no Congresso.

Nós teremos um tempo para que o governo se estabilize internamente. Porque, hoje, o governo ainda não tem uma base consistente nem na Câmara, nem no Senado, para enfrentar matérias de maioria simples, quanto mais matéria de quórum constitucional." Arthur Lira, presidente da Câmara

A avaliação de Lira sobre a falta de votos do governo federal contraria a o que ocorreu na corrida presidencial. O presidente Lula foi eleito com uma ampla frente de partidos. A composição ministerial levou em conta contemplar estas siglas e assim garantir uma base de apoio.

Na avaliação de Lira, a estratégia não deu resultado. Mas houve prejuízo de imagem ao Planalto. Escolhido para o Ministério das Comunicações para agradar lideranças do União Brasil, o deputado federal pouco conhecido Juscelino Filho (União-MA) enfrenta uma série de fatos mal explicados.

Por outro lado, o parlamentar usou sua reeleição com votação recorde para a presidência da Câmara dos Deputados, com 464 votos, como um exemplo de que seria possível aprovar reformas. Ele disse que a coalização que lhe deu a vitória mostrou que o PT (partido de Lula) e o PL (partido do ex-presidente Jair Bolsonaro) podem convergir.

Lira vê diálogo com Lula

Lira deixou o caminho aberto para entendimentos com o governo federal, mas também se manifestou contrário a posições adotadas por Lula e seu primeiro escalão. O presidente da Câmara falou que é contra mexer na autonomia do Banco Central e que pretende avançar e não retroceder na reforma trabalhista.

Nós deveremos discutir avanços e não retrocessos com relação a reforma trabalhista, nós deveremos discutir a preservação de um Banco Central independente. Não tenham dúvidas disso! Esse ambiente de debates, de falas que não agregam, só pioram o ambiente da taxa de juros. Arthur Lira, presidente da Câmara

O presidente da Câmara ainda falou que é a favor de votar a reforma administrativa. Quanto a reforma tributária, defendeu o debate.

Nessa linha nós temos uma reforma administrativa que está pronta para o plenário da Câmara dos Deputados e nós temos uma vontade conjunta do governo eleito, através de seu ministro da Economia, através de quem faz a parte econômica do governo, para tentarmos votar a reforma, tão falada, tão difícil, tão angustiante que vai causar tantas discussões que é a reforma tributária. Arthur Lira, presidente da Câmara