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Embratur diz que acionou PF para investigar festa de curso machista

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

16/03/2023 18h09Atualizada em 16/03/2023 20h23

A Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) informou hoje que acionou a Polícia Federal para pedir a investigação das festas promovidas por um curso machista montado por dois norte-americanos.

O que aconteceu:

  • Em nota, a Embratur disse que "não são bem-vindas em nosso país pessoas que desejam praticar crimes", destacando que o turismo para exploração sexual fere as leis brasileiras.
  • Segundo a agência, o trabalho de combate a esse tipo de atividade foi "interrompido pelo governo passado, cujo então presidente deu infelizes declarações que estimularam a prática desses crimes".
  • O presidente da agência deve formalizar o pedido de investigação na próxima segunda-feira (20).
Em nossa gestão, recuperamos como valores centrais da Embratur o respeito aos direitos humanos e à democracia. Promovemos no exterior um Brasil que queremos ser, da sustentabilidade, que combate a pobreza e o racismo e valoriza a diversidade de seu povo. São muito bem-vindos os turistas estrangeiros que querem contribuir para a construção desse Brasil."
Embratur em nota

Reportagem da Folha de S. Paulo denunciou o curso de um grupo chamado Millionaire Social Circle, criado por dois homens nos Estados Unidos. Os coaches, que usam nomes falsos, oferecem aulas e também organizam viagens para que os alunos possam ter encontros sexuais com mulheres, sem que elas saibam por quem e por que as festas estão sendo realizadas.

Recompensa financeira. O curso funcionaria em uma base que recompensa financeiramente terceiros pela apresentação dos alunos a mulheres. Novamente, elas não estariam cientes desses termos.

Para convencer os alunos sobre a viagem ao Brasil, os coaches ressaltaram as "mulheres exóticas" e a "exótica justaposição entre ricos e pobres". Eles afirmaram que as brasileiras gostam de "homens dominantes" e "contato físico", além de que a cultura é "sexualmente aberta" e "amassos são mais comuns que apertos de mão". O curso passou por São Paulo em fevereiro.

Mulher teve conta derrubada após tentar denunciar. Uma mulher que conversou com a reportagem da Folha disse que publicou um vídeo no TikTok sobre sua experiência de ir a uma festa do curso sem saber.

Após a postagem, ela contou ter recebido ameaças e o perfil acabou derrubado por denúncias contra ela na rede social, que ela acredita terem sido feitas por seguidores do curso.

Quanto custa? A mentoria tem preços entre US$ 4 mil (cerca de R$ 20 mil) e US$ 12 mil (cerca de R$ 60 mil).

Kit de festa. Os participantes da viagem receberam em São Paulo um kit com camisinhas, pílula do dia seguinte, uma colônia e chiclete especial.