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ES: Presos do semiaberto seriam obrigados a traficar drogas em hospital

Foto de arquivo do Hospital Estadual Silvio Ávidos, em Colatina, no Espírito Santo - Divulgação/Secretaria de Saúde do ES
Foto de arquivo do Hospital Estadual Silvio Ávidos, em Colatina, no Espírito Santo Imagem: Divulgação/Secretaria de Saúde do ES

Do UOL, em São Paulo

24/03/2023 14h31Atualizada em 24/03/2023 20h04

Um possível esquema para obrigar presos em regime semiaberto a traficar drogas em um hospital de Colatina, no Espírito Santo, foi alvo de uma operação conjunta das polícias Civil, Militar e Penal ontem.

O que aponta a investigação:

  • Funcionários do Hospital Estadual Silvio Ávidos estariam extorquindo os presos de regime semiaberto sob ameaças de desligá-los do programa de ressocialização, do qual eles têm direito a participar.
  • Dois servidores do hospital estavam na mira das polícias em relação ao esquema. Um deles era o "responsável pelo núcleo de trabalho do hospital, que tem a função de coordenar a atividade laboral de presos do regime semiaberto".
  • Parte do dinheiro extorquido era usado para o tráfico de drogas. O lucro com a atividade ilegal também era repassado para os articuladores do esquema.
  • Os detentos do programa de ressocialização eram responsáveis por adquirir as drogas e revendê-las. Eles tinham que adquirir os entorpecentes com traficantes de Colatina e Baixo Guandu.

Ninguém foi preso; investigações continuam

  • "Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos, e as informações devem ajudar no prosseguimento das investigações", informou a Polícia Civil.
  • Os dois servidores do hospital suspeitos foram ouvidos e liberados ontem.
  • Um interno que trabalhava no hospital retornou ao sistema prisional após ser ouvido pela polícia.

Em nota ao UOL, a Secretaria da Saúde informou que os servidores envolvidos na operação serão afastados e que uma sindicância será aberta para apurar o caso. A pasta também disse que está à disposição das autoridades para colaborar nas investigações. O UOL também buscou a Secretaria de Justiça e a Defensoria Pública do Espírito Santo para mais informações, mas ainda não obteve retorno. A nota será atualizada caso haja resposta.