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Não existe pílula milagrosa, diz secretário da época de ataque em Suzano

20.mar.19 - Homenagem aos dez mortos na escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano - Danilo Verpa/Folhapress
20.mar.19 - Homenagem aos dez mortos na escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

28/03/2023 04h00Atualizada em 28/03/2023 10h10

O ex-secretário de Educação de São Paulo Rossieli Soares disse que "não há pílula milagrosa" para evitar ataques em escola. Ele estava à frente da pasta em março de 2019 quando ocorreu o massacre na escola estadual professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo.

Não existe pílula milagrosa para evitar situações como essa. É preciso aumentar o nível de segurança, câmeras, interligação com a PM, mudar e melhorar protocolos, investir no lado humano e entender o que desencadeou episódios assim"
Rossieli Soares em entrevista ao UOL

Ontem, um aluno de 13 anos matou uma professora e feriu outras cinco pessoas em uma escola estadual em São Paulo. O colégio ficará fechado por uma semana, e o Estado decretou luto de três dias.

O que mais ele disse?

Hoje no comando da pasta da Educação no Pará, Rossieli apontou que é preciso um trabalho bem interligado para evitar que episódios de violência nas escolas se repitam.

Você precisa de psicólogos, da estrutura das próprias secretarias, de monitoramento diário. Não dá para achar que isso não vai acontecer. Qualquer tipo de ameaça deve ser monitorada, levada ao gabinete escolar e investigada."

[O secretário da Educação de SP] Renato [Feder] me ligou mais cedo, me coloquei à disposição. Obviamente não é fácil, ninguém sonha com isso. São casos diferentes [o de ontem em relação ao de Suzano], mas falamos de medidas de enfrentamento."

A primeira coisa que a gente começou a trabalhar, na época [do ataque em Suzano, há quatro anos] , foi apoio e suporte aos familiares, comunidade escolar. Contratamos psicólogos para as escolas da região, já com a visão do novo projeto preventivo."

Desenvolvemos um pilar na melhoria da convivência e também da área da segurança pública. [...] É necessário também investir nesse lado humano, como é que evito o bullying, isso é processo pedagógico."

31.ago.22 - O ex-secretário da Educação de SP Rossieli Soares - Jardiel Carvalho/Folhapress - Jardiel Carvalho/Folhapress
31.ago.22 - Rossieli Soares, ex-secretário da Educação de SP
Imagem: Jardiel Carvalho/Folhapress

Qual foi o plano do governo após o massacre de Suzano

  • Em 2019, foi lançado o programa Conviva, que inclui diferentes frentes e ações -- boa parte delas integrada com a secretaria de Segurança Pública.
  • À época, também foi criado um gabinete integrado da Educação com a Segurança Pública. Entre as ações do grupo, o governo interligou as câmeras da escolas com o centro de comando da Polícia Militar e passou a monitorar as redes sociais para evitar massacres.

O que o governo disse após o novo ataque

  • Que as pastas têm atuado para evitar massacres em escola e citou três episódios que não avançaram nos últimos meses, segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. Não foi informado, no entanto, em que momento os programas e sistemas das secretarias falharam ou que precisam ser aperfeiçoados.
  • Que o governo vai aumentar número de psicólogos e reforçar ações. Ontem, horas após o ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, Feder afirmou que iria aumentar de 500 para 5.000 os profissionais focados em trabalhar no programa Conviva