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Integrante de grupo neonazista é condenado a prisão; dois são absolvidos

31.mar.2023 - Júri dos skinheads acusados de espancar judeus no Rio Grande do Sul em 2005  - Divulgação/Juliano Verardi/ DICOM/TJRS
31.mar.2023 - Júri dos skinheads acusados de espancar judeus no Rio Grande do Sul em 2005 Imagem: Divulgação/Juliano Verardi/ DICOM/TJRS

Érico Fabres

Colaboração para o UOL, do Rio Grande do Sul

01/04/2023 18h45

Terminou na madrugada de hoje, após quatro dias, o julgamento de três acusados de serem skinheads e apoiadores de ideologias neonazistas que teriam atacado um grupo de judeus. O caso aconteceu em 2005.

O que aconteceu?

O júri terminou com uma condenação e duas absolvições. Leandro Maurício Patino foi condenado a 12 anos, 8 meses e 13 dias de prisão em regime fechado pelo crime de tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe.

Valmir Dias da Silva Machado Junior e Israel Andriotti da Silva foram absolvidos.

A defesa de Patino afirma que vai recorrer, já que a condenação se deu em primeira instância. "Realizaremos uma apelação fundada na técnica e doutrina jurídica", afirmou o advogado Rodrigo Noble.

A defesa de Valmir Dias da Silva Machado Junior afirma que a decisão comprovaria a inocência de seu cliente. "Conseguimos demonstrar ao Conselho de Sentença as provas que estavam desde o início das investigações, há mais de 18 anos, e que comprovavam a inocência de Valmir, por ausência de participação no fato", afirmaram os advogados Manoel Pedro Silveira Castanheira e Gustavo Saar Gemignani

José Paulo Schneider dos Santos, advogado de Israel Andriotti da Silva, o outro inocentado, afirmou que ficou satisfeito com a decisão. "Israel foi um dos únicos que reconheceu ter um passado da qual não se orgulha, mas não fazia mais parte deles em 2005 e nem estava no local no dia do crime", disse.

O presidente da FIRS (Federação Israelita do Rio Grande do Sul), Marcio Chachamovich, expressou decepção pela não-condenação de todos os réus. "Causa muita estranheza já que as testemunhas apontavam a culpabilidade de todos os réus", afirmou.

Relembre o caso

Na madrugada do dia 8 de maio de 2005, Rodrigo Fontella Matheus, Alan Floyd Gipsztejn e Edson Nieves Santanna Júnior e foram atacados por skinheads, grupo de ideologia neonazista, quando passavam por um bar onde estavam os agressores. Eles usavam quipás, que é uma espécie de chapéu usado por judeus.

Rodrigo foi golpeado com uma faca, mas sobreviveu. Edson e Alan conseguiram fugir.

Outras seis pessoas foram condenadas pelo crime anteriormente, três em 2018 e três em 2019.