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Família se muda e leva a casa inteira junto no Marajó: '40 h pelo rio'

Luciana Cavalcante

Colaboração para UOL em Belém (PA)

28/04/2023 17h54

Uma cena inusitada chamou a atenção de ribeirinhos do município de Gurupá, no Marajó (PA), durante esta semana. Um pescador mudou de endereço e resolveu levar a casa junto, mas pelo rio.

O que aconteceu?

Quem compartilhou as imagens foi a técnica de enfermagem, Rosianny Braz, irmã do pescador Clebson Braz dos Santos, de 34 anos, o autor da proeza. Ela conta que o irmão saiu do rio Icatu com destino ao rio Turé, ambos no município de Gurupá.

O pescador deu início a viagem na tarde da última terça-feira (25) e só chegou ao destino na madrugada de hoje.

Clebson é casado e morava com a esposa e o filho na casa construída por ele, mas no terreno do sogro, e resolveu se mudar levando o imóvel.

"Ele resolveu mudar para o terreno do nosso pai, na vila que mora toda a família, pois lá é muito melhor para trabalhar. Como ele também é agricultor e tem plantação de açaí, decidiu voltar para lá. Mas não esperávamos que fosse levar a casa", conta a irmã.

As imagens do transporte da casa pelo rio repercutiram nas redes sociais e surpreenderam até a família.

"Muita gente comentando e dizendo que não é todo dia que se vê uma casa passando de barco na porta de casa", brinca a irmã de Clebson.

Operação de guerra que durou mais de 40 horas

Uma viagem de barco entre as duas localidades dura entre 3 e 4 horas. Porém, o pescador levou mais de 40 horas para transportar a casa pelo rio.

A casa foi construída em cima da terra e teve que ser arrancada para o transporte.

O imóvel é todo de madeira e possui três quartos, sala, cozinha e uma varanda. A casa tem até placas de energia solar.

O pescador construiu a própria balsa para transportar a casa, usando materiais da floresta.

p - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Clebson saiu do rio Icatu com destino ao rio Turé
Imagem: Arquivo Pessoal

"Ele pegou umas madeiras de buritizeiro, passou cabos de aço por dentro e fez a balsa. Para reforçar, arranjou alguns tambores de plástico de 200 litros, colocou por baixo, amarrou num barco e foi levando", conta a irmã.

Casa chegou sem avarias no destino

Apesar de toda dificuldade no transporte, a irmã de Clebson conta que a casa não sofreu avarias e chegou em bom estado ao destino, mas ainda não foi colocada no terreno por conta da maré.

"Deve ficar pelo menos uns dois ou três dias ancorada para esperar a maré subir para colocar na terra", revela.