PM-RJ avalia expulsar suspeitos de estuprar jovem; vítima teme represálias
A Corregedoria da Polícia Militar avalia se vai demitir ou expulsar os quatro policiais suspeitos de violência sexual contra uma jovem de 18 anos. Eles foram presos na última segunda-feira (1) no Rio de Janeiro.
O que aconteceu
Em nota, a PM informou que os quatro agentes presos estão na Unidade Prisional da Corporação, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
A PM disse que as investigações estão em fase de conclusão na 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, subordinada à Corregedoria da Corporação.
O UOL pediu para falar com os suspeitos, porém a PM informou que eles não estão concedendo entrevistas sobre o caso.
Além da esfera criminal militar, os acusados também responderão um processo administrativo disciplinar com vista às análises da demissão/exclusão dos mesmos dos quadros da corporação."
PM do Estado do RJ, em nota
A Secretaria de Estado de Polícia Militar não compactua com desvios de conduta praticados por seus integrantes."
PM do Estado do RJ, em nota
O que diz a defesa da vítima
Ela está mal e com medo de represálias. Ficou aliviada com a prisão do agressor, mas está com muito medo, não sai de casa, está traumatizada."
Tiago Cruz Camarinha, advogado vítima
O advogado disse que, depois de ser estuprada e deixada no mesmo local da abordagem, a vítima foi para casa. Ela comunicou o ocorrido a uma tia, que orientou para que ela fosse direto para a delegacia.
Ela fez o exame de corpo de delito com o corpo preservado, o que possibilitou a coleta do seu material genético e sêmen do suspeito. Também foi possível constatar os machucados na região íntima dela."
Advogado vítima
Segundo o advogado, as informações do trajeto passadas pela jovem para a polícia foram confirmadas pelas investigações — via GPS e imagens das câmeras de monitoramento da cidade.
Como foi a abordagem, segundo a vítima
Ela e uma amiga foram interpeladas por dois policiais dentro de um bar.
A abordagem ocorreu pois havia a suspeita de que as duas mulheres estariam portando drogas. Isso aconteceu no dia 26 de abril, no bairro de Bacaxá, em Saquarema, na região dos Lagos do Rio de Janeiro.
Ao avistarem a viatura, três homens teriam fugido e deixado a droga no local. Os PMs questionaram as jovens sobre quem seriam os homens.
As mulheres foram colocadas na viatura, com a alegação de que seriam encaminhadas para a delegacia. Os PMs chegaram a conduzi-las para o 25º BMP (Batalhão da Polícia Militar).
Na sequência, elas foram levadas para uma região de mata no bairro de Vilatur.
Nesse local permaneceram, até que a vítima pediu para fazer xixi. Foi quando o policial chegou, colocou um canivete próximo da barriga e falou que se ela gritasse morreria. Ali ele fez a violência sexual."
Tiago Cruz Camarinha, advogado vítima
Segundo a vítima, o cabo Gerson Jucá Quirino Rolim de Paula (UPP) teria cometido o estupro.
A Corregedoria também prendeu os demais policiais que estavam no local e não protegeram a jovem: sargento Diogo Viana Lourenço e o cabo Sanclair Marinho Antunes Corecha, ambos do 25º BPM, e o cabo Alexsander Moreira de Simas (UPP).
Que seja punido, que seja expulso quem tiver culpa, quem contribuiu para a violência policial. Não tem como pensar diferente."
Advogado da vítima
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