Polícia investiga plano para matar vereador e suplente assumir cargo dele
A polícia investiga a denúncia de uma mulher que acusa o marido de planejar matar um vereador de Praia Grande (SP) do qual ela é suplente. O plano, segundo ela, era organizado para que ela assumisse o cargo.
O que aconteceu?
A denúncia é da professora Jaqueline de Carvalho Barreto (União Brasil), que hoje é suplente do vereador Emerson Camargo dos Santos (União Brasil), apurou o UOL. Ao descobrir o caso, ela registrou o boletim de ocorrência dizendo que ouviu o marido, Rafael Xavier Barreto Alves, conversando com um PM para combinar o assassinato de Santos.
Na versão dela, os dois começaram os planos no ano passado e contratariam uma terceira pessoa para matar o vereador, de modo que o marido e o policial seriam os mandantes do crime. Com a morte do vereador, a mulher desse policial também assumiria a chefia do gabinete.
Como prova, a suplente gravou uma conversa que seria dela com o marido, na qual ele diz que vai matar "alguém que não presta" e que Santos fala mal dele. "Eu não quero saber dele, não. Quem vai, vai. E já era. Pronto, acabou", diz o marido.
Em outro trecho do diálogo, a professora diz que sente "nojo" do companheiro. "Nojo você vai ter quando sentar lá [na cadeira de vereador]", responde ele, fazendo referência ao salário de R$ 45 mil que ela passaria a receber.
Na denúncia, Barreto também anexou fotos das armas que seriam utilizadas para o assassinato. As imagens são de dois revólveres dentro de pochetes.
Procurada pelo UOL, a suplente disse que não queria dar entrevista. A defesa dela, feita pelo advogado Fábio dos Santos, disse que não comentaria o caso porque a tramitação está em segredo de Justiça.
O vereador disse que já suspeitava do plano para matá-lo. Por meio de nota, Santos afirmou que soube do esquema ainda em 2021, quando uma pessoa de São Vicente ligou a ele dando o alerta. "Como não havia evidências sólidas naquele momento, não registrei nenhum boletim de ocorrência, mas reforcei minha segurança", disse.
UOL procurou o União Brasil-SP, por meio da assessoria, mas não teve retorno até a publicação do texto.
Suplente pediu medida protetiva contra o marido
Em outra queixa protocolada na Delegacia da Mulher de Praia Grande, Barreto também afirmou ser alvo de violência doméstica e de ameaças de Alves. Segundo ela, o marido deixava uma arma, da qual não tinha autorização para porte, em cima da mesa de casa para amedrontá-la.
Alves ainda teria dito que, se ela saísse de casa, ela também seria morta.
O TJ-SP aceitou o pedido de medida protetiva e determinou que Alves não pode se aproximar a menos de 300 metros de Barreto e de familiares dela. Na decisão, ficou determinado que o prazo da medida é de 90 dias.
O marido também foi alvo de mandados de busca e apreensão para o recolhimento das armas. O UOL tenta contato com Alves.
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