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Mãe envia carta com pedido de socorro à escola do filho e é resgatada em MG

Criança entregou bilhete escrito pela mãe para diretora de escola municipal em Minas Gerais; mulher acionou a polícia - Google Street View/Reprodução
Criança entregou bilhete escrito pela mãe para diretora de escola municipal em Minas Gerais; mulher acionou a polícia Imagem: Google Street View/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

25/05/2023 12h09Atualizada em 25/05/2023 12h28

Uma mãe enviou um pedido de socorro para a escola do filho relatando violências sofridas por ela e as crianças, por meio de uma carta.

O que aconteceu:

A mulher, de 31 anos, pediu que o filho de 10 anos entregasse o bilhete à diretora da escola, que acionou a Polícia Militar. O caso aconteceu em Engenheiro Caldas (MG), no Leste de Minas.

Na carta, a mãe relatava ser vítima de ameaças, agressões físicas, psicológicas e maus tratos, juntamente com os quatro filhos, e indicou o companheiro como autor das violências.

A mulher foi encontrada em casa, na zona rural do município, "bastante nervosa" e confirmou os relatos, segundo boletim de ocorrência da PM. Ela disse que vivia em união estável com o suspeito há aproximadamente 10 meses. O homem não foi encontrado.

A mulher também afirmou que era proibida de sair de casa, que não tinha privacidade para ligar para familiares, e que só podia usar as roupas que o homem autorizasse.

A vítima ainda relatou aos policiais que o suspeito proibia as crianças, filhos dela de outro relacionamento, de brincarem e estudarem, e até os forçava a trabalhar, realizando serviços braçais e perigosos.

No último domingo (21), o homem a teria agredido com golpes de falcão, causando um corte na mão esquerda. Após as agressões, o suspeito teria trancado a mulher em um quarto e as crianças em outro cômodo do imóvel.

Em outros momentos, o suspeito ainda teria utilizado armas de fogo para torturar e ameaçar a mulher e seus filhos. Ela também contou à polícia que o homem a torturava psicologicamente ameaçando matar as crianças caso ela acionasse a PM.

Na casa, a polícia encontrou e apreendeu duas espingardas de fabricação caseira. Segundo uma das crianças, o suspeito fugiu assim que avistou a viatura da polícia se aproximando. A PM acionou o Conselho Tutelar municipal, que providenciou acolhimento para a família e transporte até Governador Valadares, onde residem familiares da vítima.

A Polícia Civil informou que investiga o caso como lesão corporal, e que vai ouvir testemunhas e a vítima, além de apresentar a possibilidade de que ela peça as medidas protetivas de urgência e outras providências para proteção dela mesma e de seus filhos.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.