Polícia usa gás contra indígenas e encerra ato na rodovia dos Bandeirantes

A polícia avançou contra manifestantes indígenas que bloqueavam a rodovia dos Bandeirantes, na altura do km 20, na pista sentido São Paulo, e encerrou o ato, que começou por volta de 6h da manhã e terminou 9h.

O que aconteceu:

O protesto organizado por comunidades Guarani durou cerca de três horas até a polícia lançar bombas de gás lacrimogêneo e avançar contra os indígenas. Eles protestavam contra a urgência do projeto de lei 490, que determina que são terras indígenas apenas aquelas ocupadas pelos povos tradicionais em 5 de outubro de 1988, o chamado Marco Temporal.

Segundo indígenas, também foram usadas balas de borracha. "Vocês estão incomodados com um dia. Nós estamos incomodados há 523 anos. Não vamos aceitar o retrocesso", afirmou uma das lideranças nas redes sociais.

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Às 7h20, a polícia e indígenas concordaram em liberar a passagem de motos. O ato começou às 5h50, informou a concessionária CCR AutoBan.

O congestionamento chegou a quatro quilômetros na rodovia Bandeirantes. Foi feito um desvio pelo Rodoanel para que os motoristas pudessem chegar a São Paulo pela Anhanguera, onde havia pontos de lentidão.

Lideranças indígenas queriam caminhar até o rio Tietê, na entrada da capital paulista. "Estamos caminhando até ele para rezar."

A PM esclarece que todos os meios estão sendo empregados para garantir a segurança da população, a fluidez no trânsito e o direito à livre manifestação.
Nota da Polícia Militar Rodoviária

Nós só queremos mostrar ao não indígena que somos os guardiões e as guardiãs do bioma Mata Atlântica, que chamamos 'nheery', resistimos e protegemos essa mata, o Cinturão Verde da Mata Atlântica, e todas os recursos da vida que a Mãe Natureza oferece.
Manifesto do Povo Guarani Mbya