Conteúdo publicado há 10 meses

Justiça solta influenciadora acusada de tortura com maçarico em São Paulo

A Justiça de São Paulo concedeu habeas corpus e soltou a influenciadora Vitória Guarizo Demito, 25, acusada de torturar um homem com maçarico por 30 horas para obter os dados bancários dele. Ela, que também responde por tráfico de drogas, nega as acusações.

O que aconteceu

Vitória saiu da prisão na tarde desta segunda-feira (4) após emissão de alvará de soltura, conforme apurou a reportagem junto ao sistema do TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo). Até a manhã de hoje, a influenciadora ainda não havia se posicionado nas redes sociais.

Por maioria de votos, incluindo do relator que analisou o pedido da defesa de Vitória, os desembargadores decidiram revogar a prisão preventiva da influenciadora, que estava detida desde o fim de julho.

O relator do caso, Pinheiro Franco, levou em consideração que Vitória é ré primária e que a quantidade de drogas apreendida com ela e o namorado, Gabriel Duarte de Meneses, "não foi elevada". "É razoável, excepcionalmente, que ela responda ao processo em liberdade, não estando clara, no momento, a necessidade da custódia", escreveu Franco no voto, obtido pelo UOL.

Apesar da decisão, a justiça fixou medidas cautelares que devem ser cumpridas por Vitória, sob pena de consequências em caso de descumprimento. Entre as medidas estão comparecimento da influenciadora em juízo a cada 30 dias, proibição de sair da cidade de São Paulo sem autorização judicial, e recolhimento domiciliar no período das 21h às 6h, incluindo os dias de feriado.

A reportagem tenta contato com a defesa de Vitória. A nota será atualizada tão logo haja manifestação.

IML não detectou queimaduras

Apesar do relato de tortura com maçarico, o laudo do IML não detectou queimaduras. O exame feito por legistas constatou "escoriações e equimoses" no corpo da vítima, que teve "lesões corporais de natureza leve", segundo o relatório elaborado pela Polícia Civil.

O relatório da Polícia Civil também cita contradições nos relatos da vítima, que inicialmente disse ter sido atacado por pessoas desconhecidas. Depois, afirmou que já conhecia Vitória e Gabriel, namorado da influencer.

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A investigação ainda contestou a versão inicial de que a vítima teria sido dopada por "boa noite, Cinderela". É que o laudo encontrou metanfetamina, uma droga sintética, na urina da vítima. Em seguida, a própria vítima disse à Polícia Civil ter consumido a droga por vontade própria, versão confirmada por pessoas próximas a ele.

Relembre o caso

A influencer, que tem mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, foi presa em julho no seu apartamento na zona sul de São Paulo com o namorado, o modelo Gabriel Duarte Meneses, acusada de participar da tortura de um homem com um maçarico e mantê-lo em cárcere privado por 30 horas para obter seus dados bancários. Um terceiro envolvido no crime já foi identificado, mas ainda foi localizado.

Após ser feito refém, o homem disse ter sido dopado e liberado em uma rua. A família chegou a fazer registro por desaparecimento. Durante a investigação, a Polícia Civil rastreou o destino da transação bancária, identificando contas ligadas aos suspeitos.

A defesa de Vitória diz que ela está colaborando com as investigações e alega inocência. "O processo, no entanto, corre em segredo de justiça e a defesa ainda está tomando conhecimento das acusações", diz nota publicada no perfil do Instagram da influenciadora no fim de julho.

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