Heloísa: Causa da morte foi 'lesão de encéfalo por projétil', aponta laudo
O laudo do IML indicou que a causa da morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi "lesão transfixante de encéfalo por projétil de arma de fogo". A criança foi baleada durante ação da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na Baixada Fluminense, no Rio, no último dia 7.
O que aconteceu:
A declaração de óbito foi entregue a familiares da menina na manhã deste domingo no Instituto Médico Legal de Duque de Caxias. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL com a família da menina.
O tiro acertou a coluna e a cabeça da menina, que passou por cirurgia. Durante a semana, a criança teve uma parada cardiorrespiratória e precisou ser reanimada.
Heloísa morreu na manhã desse sábado (16), após passar nove dias internada em estado gravíssimo em um hospital de Duque de Caxias. A morte aconteceu após uma parada cardiorrespiratória irreversível, informou a prefeitura.
O velório e enterro de Heloísa foram realizados em Petrópolis, onde mora a família. A cerimônia teve início às 13h na Vital Ligeiro, na Praça Oswaldo Cruz, e o sepultamento foi realizado por volta de 16h30.
O caso
Heloísa foi baleada dentro do carro da família em Seropédica, na Baixada Fluminense, no último dia 7. Os familiares disseram que os tiros partiram da polícia, que afastou três agentes. No carro, estavam a menina, os pais, a irmã e uma tia.
O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira disse em depoimento que disparou contra o carro "depois que ouviu o barulho de tiro", segundo a TV Globo. De acordo com o policial, ele e dois colegas começaram a perseguir o veículo após constatarem que o automóvel era roubado.
O carro abordado durante a ação da PRF era roubado, segundo a ONG. Contudo, a pessoa que teria vendido o veículo compareceu à delegacia do Rio de Janeiro para prestar esclarecimentos. "O pai e a mãe da menina não sabiam de nada quando compraram o veículo", afirmou o integrante da Rio de Paz.
A PRF afastou três policiais e diz que a Corregedoria apura o caso. Em nota, a corporação afirma que os agentes também passarão por avaliação psicológica e expressa "profundo pesar" pela situação.
O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, disse que os agentes são proibidos de atirar contra automóveis, mesmo em caso de fuga. Segundo ele, qualquer excesso cometido por parte de agentes não tem apoio do presidente Lula (PT), nem do ministro da Justiça, Flávio Dino, e nem dele.