Menina de 3 anos baleada em ação da PRF morre no Rio de Janeiro
A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, morreu na manhã deste sábado (16), após passar nove dias internada em estado grave em um hospital da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Ela foi baleada na nuca e no ombro durante ação da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na Baixada Fluminense.
O que aconteceu
"A menina não resistiu e morreu", afirmou João Luiz, integrante da ONG Rio de Paz, que acompanha os familiares da criança. Após ter sido baleada durante uma abordagem da PRF, a menina teve uma parada cardiorrespiratória e foi internada em estado "gravíssimo".
A morte aconteceu após uma parada cardiorrespiratória irreversível, às 9h22 deste sábado, informou a prefeitura de Duque de Caxias. A garota estava internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes desde o dia 8 de setembro.
O carro abordado durante a ação da PRF era roubado, segundo a ONG. Contudo, a pessoa que teria vendido o veículo compareceu à delegacia do Rio de Janeiro para prestar esclarecimentos. "O pai e a mãe da menina não sabiam de nada quando compraram o veículo", afirmou o integrante da Rio de Paz.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, escreveu nas redes sociais que se manifestará somente ao final do processo. "Quanto à apuração de responsabilidade administrativa, reitero que o processo administrativo foi instaurado no mesmo dia da ocorrência. Minha decisão só pode ser emitida ao final do processo, como a lei determina. Também já há Inquérito Policial na Polícia Federal, que será enviado ao MPF e à Justiça."
A secretaria de saúde do município lamentou a morte. "Em nome da Prefeitura de Duque de Caxias e de todos os colaboradores da Secretaria Municipal de Saúde, lamentamos profundamente e nos solidarizamos aos familiares e amigos da pequena Heloísa."
O MPF (Ministério Público Federal) investiga o caso. Segundo a secretaria de saúde do município, um policial entrou no hospital enquanto a menina estava internada, mas não teve acesso a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Imagens de câmeras de segurança do local foram enviadas ao MPF para serem analisadas.
Em nota, a PRF lamentou a morte. "Solidarizamo-nos com os familiares, neste momento de dor, e expressamos as mais sinceras condolências pela perda", disse.
Ação policial
A criança foi baleada dentro do carro da família em Seropédica, na Baixada Fluminense, no último dia 7. Os familiares disseram que os tiros partiram da polícia, que afastou três agentes. No carro, estavam a menina, os pais, a irmã e uma tia.
O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira disse em depoimento que disparou contra o carro "depois que ouviu o barulho de tiro", segundo a TV Globo. De acordo com o policial, ele e dois colegas começaram a perseguir o veículo após constatarem que o automóvel era roubado.
A PRF afastou três policiais e diz que a Corregedoria apura o caso. Em nota, a corporação afirma que os agentes também passarão por avaliação psicológica e expressa "profundo pesar" pela situação.
O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, disse que os agentes são proibidos de atirar contra automóveis, mesmo em caso de fuga. Segundo ele, qualquer excesso cometido por parte de agentes não tem apoio do presidente Lula (PT), nem do ministro da Justiça, Flávio Dino, e nem dele.
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