Investigado por racismo contra frentistas ofende garçonete: 'Biscateira'
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o empresário Marcelo Francisco da Silva, 43, ofendendo uma funcionária de um bar em Curitiba (PR). O registro teria sido feito por um colega, horas antes de ele ofender de forma racista e xenofóbica dois jovens de um posto de combustível da capital paranaense.
O que aconteceu:
Na madrugada do último sábado (14), o empresário foi filmado ofendendo um frentista, de 18 anos. Marcelo, aos gritos, chamou o rapaz de "macaco", neguinho", "otário", e "nordestino dos infernos". O caixa do posto, de 27 anos, também teria sido ofendido.
Um dia após se apresentar à Polícia Civil e permanecer em silêncio ao ser questionado sobre o fato, um vídeo registrado dentro de um bar, em Curitiba, veio à tona. Na gravação, aparentemente alterado, o empresário chama uma garçonete de "biscate" e usa outras palavras de baixo calão.
"Ela é uma filha da put*. Eu tô pagando, essa bost* não é de graça. Chama o gerente, eu não vou pagar essa merda que me atendeu. Chama essa filha da put* aqui. Cadê você, velha biscateira (?) Veio me tirar aqui no balcão. Ela é uma tonga, funcionária de bost*", gritou no balcão do bar.
O empresário está acompanhado de outros três amigos, dois homens e uma mulher. Ambos aparentam estar constrangidos com a situação. O rapaz que filma o episódio chega a dizer que Marcelo iria apanhar dentro do local, já que estaria sendo monitorado por um segurança do espaço.
"Brincadeira de mau gosto"
A reportagem do UOL entrou em contato com o advogado do empresário, que confirmou a veracidade do vídeo e disse que o episódio foi gravado horas antes da agressão no posto. O advogado Raphael Nascimento afirmou que tudo não passou de uma brincadeira de mau gosto entre amigos.
"Não há registro de boletim de ocorrência dessa situação. Tudo foi apenas uma brincadeira de muito mau gosto entre amigos na bancada de um bar. Aconteceu algumas horas antes da situação no posto de combustíveis. Marcelo está completamente abalado com toda essa repercussão. Ele prefere não falar sobre o assunto agora e vai se manifestar em um momento oportuno", afirmou Nascimento ao UOL.
Histórico agressivo
De acordo com a defesa dos funcionários do posto, o empresário teria um histórico com passagem pela polícia e também pelo sistema prisional do Paraná. A equipe do advogado Igor Ogar tem feito um levantamento de todo o passado do suspeito.
"Nós estamos levantando todo o histórico dele que já parece ser conturbado. Hoje, conseguimos constatar que ele tem passagens pela polícia e já cumpriu pena no sistema prisional do Paraná. Algo relacionado a descumprimento de medida protetiva. Quanto ao outro flagrante, nós já anexamos no processo criminal e civil que entramos contra ele. O que percebemos é que ele é uma pessoa extremamente covarde nas suas atitudes", explicou Ogar.
O UOL questionou a Polícia Civil sobre o novo vídeo e os próximos passos da investigação. Em nota, a PCPR informou apenas que segue investigando o caso e realizando diligências a fim de concluir o inquérito policial.
"No momento, entrevistas não serão concedidas para não atrapalhar o andamento das investigações", disse o órgão.
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