Conteúdo publicado há 8 meses

Operação mira quadrilha que movimentou R$ 134 milhões com golpe de pirâmide

Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta terça-feira (7) um guarda municipal e cumpriu mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha suspeita de aplicar golpes de pirâmide financeira em diferentes estados. O esquema movimentou R$ 134 milhões entre 2021 e 2022.

O que aconteceu

Operação Alta Confiança prendeu um dos suspeitos de integrar a quadrilha. O guarda municipal Rodrigo Cesar de Souza da Silva, dono da Investimento Confiança, havia sido denunciado à Corregedoria da corporação por outros 12 colegas. O UOL tenta contato com a defesa de Silva para pedir um posicionamento sobre o caso.

Um segundo suspeito de aplicar golpes é procurado, diz TV. O MPRJ divulgou que Jadson Luiz do Nascimento Gonçalves, sócio de Silva e dono da IC Invest, também foi alvo de mandado de prisão. Segundo reportagem exibida hoje no "Bom Dia Rio" (TV Globo), ele é considerado foragido. Questionada pelo UOL, a Polícia Civil do Rio confirmou que "apenas um alvo foi preso". O UOL ainda busca pela defesa de Gonçalves.

Polícia ainda cumpriu mandados de busca e apreensão na zona oeste do Rio. Os endereços estão localizados na Barra da Tijuca, no Recreio dos Bandeirantes e em Campo Grande. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 500 mil em bens.

Organização criminosa movimentou R$ 134 milhões com esquema de pirâmide. Segundo as investigações, os golpes aconteceram entre 2021 e 2022, com vítimas de diferentes estados do país. Ao todo, oito pessoas — incluindo o guarda municipal — foram denunciadas pelo MPRJ (Ministério Público do Rio) pelo crime de estelionato.

Como era feito o golpe

Quadrilha prometia lucro de 5% ao mês sobre o valor investido. Os criminosos também garantiam recuperação de todo o montante ao final do contrato de "aluguel de capital financeiro", de acordo com o MPRJ. Os suspeitos diziam que o dinheiro seria aplicado em operações de "day trading" — uma modalidade que busca lucrar com a oscilação de preços dos ativos na Bolsa de Valores ao longo do dia.

Vítimas eram convencidas a tomar empréstimos e entregar carros e imóveis. Para dar credibilidade, os criminosos simulavam operações na Bolsa, alugavam helicóptero e ostentavam um estilo de vida luxuoso nas redes sociais, com carro importado, viagens e residência em bairro nobre da cidade do Rio.

Investidores só percebiam o golpe após verem rendimentos diminuírem. Segundo a denúncia do MPRJ, as vítimas recebiam um comunicado das empresas informando sobre a redução do lucro do investimento. Os rendimentos, antes prometidos em 5%, caíram para 2% e depois 1% ao mês, "chegando à completa interrupção dos pagamentos".

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