Conteúdo publicado há 6 meses

Enel não descarta novo apagão se temporais tiverem ventos de 100 km/h

O presidente nacional da Enel, Nicola Cotugno, não descarta novos apagões se temporais atingirem a cidade de São Paulo e região metropolitana e os ventos chegarem a 100 km/h — em situação semelhante à de 3 de novembro, quando 2,1 milhões de imóveis ficaram sem energia.

O que aconteceu

Cotugno afirmou, contudo, que a Enel está preparada para reduzir os efeitos da queda de energia. "O que estamos fazendo é estarmos muito mais preparados para mitigar os impactos", disse, ao ser questionado pela deputada Monica Seixas (PSOL), membro da CPI da Enel na Alesp.

Há previsão de tempestade entre sexta (17) e no domingo (19), segundo alerta da Defesa Civil. Cotugno falou sobre o planejamento da Enel durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito que mira a atuação da concessionária.

"Quando sabemos com antecedência, a gente se estrutura", afirmou o executivo. "É um evento sazonal (...) A gente tem o Plano Verão, que é uma forma de enfrentar estruturalmente muita chuva."

Seria desonesto falar que, com ventos de 100 km/h, vai dar tudo certo. Seria um desrespeito aos deputados, à inteligência de todos.
Para o próximo domingo, [estaremos] com força de trabalho em campo, que já está sendo definida. Estamos nos organizando e não faltaremos a dar uma resposta forte e rápida.
Nicola Cotugno, presidente da Enel

Presidente nacional da Enel, Nicola Cotugno
Presidente nacional da Enel, Nicola Cotugno Imagem: Enel/Divulgação

Cotugno defende privatização

Entre 2019 e o terceiro trimestre de 2023, a Enel cortou 36% dos funcionários nos municípios paulistas atendidos pela companhia, segundo relatórios divulgados pela própria empresa ao mercado.

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Parte desses trabalhadores foram substituídos por funcionários de empresas terceirizadas. Relatora da CPI, a deputada Carla Morando (PSDB) afirmou que os baixos salários dos terceirizados resulta em alta rotatividade de trabalhadores, que deixam essas companhias em busca de novos empregos.

"Não é um erro da Enel pegar terceirizados e diminuir os efetivos, com uma rotatividade tão grande?", questionou. Cotugno respondeu defendendo a terceirização.

"Seria desprestigiar milhares de trabalhadores", disse. "As empresas são sérias, garantem profissionalização elevada."

Ele afirmou que "dia a dia fiscalizamos nossas parceiras, avaliando a qualificação de cada empregado". "Fazemos capacitação adicional (...) por cada empregado operativo interno ou parceiros. Fizemos 54 horas de capacitação adicional", afirmou. "A qualificação de cada funcionário que trabalha pra gente é considerado com o máximo cuidado."

A Enel não teria atingido 1.200 equipes nas ruas [após o apagão do dia 3] se não fosse esse grupo que eles deslocaram para atender nosso pedido muito pontual.
Nicola Cotugno, presidente da Enel

CPI da Enel na Alesp ouve o presidente nacional da empresa, Nicola Cotugno
CPI da Enel na Alesp ouve o presidente nacional da empresa, Nicola Cotugno Imagem: Wanderley Preite Sobrinho - 16.nov.2023/UOL
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290 mil sem luz

O executivo foi questionado pelos deputados sobre as consequências do temporal de ontem. Ele disse que, no pico das chuvas, quase 300 mil ficaram sem luz.

Os bairros mais afetados na capital foram Vila Medeiros, Parque São Domingos, Santana, Barra Funda, Tucuruvi, Pirituba, Morumbi, Ipiranga e Jaguaré. A informação é de Enel.

Em nota, a Enel disse que suas equipes estão na rua trabalhando para religar a energia. "A distribuidora segue com reforço das equipes em campo para normalizar o serviço para todos os clientes impactados", afirmou em nota.

Questionado, Cotugno evitou cravar uma data para a compensação pelos danos causados pelos temporais de ontem e do último dia 3.

Foram 290 mil [sem luz] e agora estamos abaixo de 80 mil [sem energia]. A previsão é que a tarde de hoje esteja normalizada a situação.

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A gente está avaliando diferentes opções e acho que em poucos dias vamos sair com uma definição concreta. Eu acho que, durante a próxima semana, nos primeiros dias da próxima semana.
Nicola Cotugno, presidente da Enel

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