Defesa Civil de Alagoas descarta colapso de mina; Prefeitura de Maceió nega
As instituições responsáveis por monitorar a mina 18, da Braskem, em Maceió, têm análises diferentes sobre a situação da área nesta segunda (4). O solo afundou 1,8 metro em cinco dias.
O que aconteceu
A Defesa Civil de Alagoas diz que o material da própria mina está preenchendo a cavidade e gerou certa estabilidade — notada durante a madrugada de hoje. A informação é do coordenador do órgão, coronel Moisés Melo.
A Defesa Civil de Maceió, entretanto, informou por nota que o risco de colapso permanece. A equipe ressalta que o monitoramento continua, inclusive de possíveis tremores.
A velocidade de afundamento era de 0,25 centímetro por hora pela manhã e 0,26 cm/h à tarde, segundo a Defesa Civil de Maceió. Na sexta, o índice estava em 2,6 cm/h. Ontem, em 0,7 cm/h.
Ambas as instituições concordam que a recomendação para a população é evitar transitar na área. A Braskem também divulgou nota em que afirma que "todas as medidas de prevenção e segurança das pessoas devem ser respeitadas".
Existe a estabilidade que não oferece mais risco de colapso, mas o local vai continuar descendo lentamente.
Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil de Alagoas
O órgão permanece em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso.
Defesa Civil de Maceió, em nota
Entenda o caso
O afundamento do solo acontece em área onde houve extração de sal-gema, cloreto de sódio usado para produzir soda cáustica e PVC. A Braskem tem 35 minas na região.
A exploração de sal-gema na área começou na década de 1970 e foi encerrada em 2019. Áreas ao redor das minas foram evacuadas nos últimos anos, por segurança. Na semana passada, o afundamento do solo acelerou e colocou autoridades e moradores em alerta.
Maceió decretou estado de emergência. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), permitiu que a capital alagoana faça um empréstimo de US$ 40 milhões.
A Braskem nunca assumiu oficialmente a responsabilidade pelo afundamento de cinco bairros em Maceió, segundo o Ministério Público Estadual. Até agora, mais de 15 mil imóveis foram desocupados — expulsando 60 mil moradores de suas casas.
A empresa afirmou que sua prioridade é a "segurança das pessoas". "Por isso, vem adotando todas as medidas necessárias para mitigar, compensar ou reparar impactos decorrentes da desocupação de imóveis nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol", diz texto enviado à reportagem.
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