Ex-PM minimiza violar mulheres mortas: vilipêndio a cadáver pode dar prisão
O ex-policial militar Evandro Guedes, fundador da escola preparatória para concursos públicos AlfaCon, minimizou a pena por violar sexualmente o cadáver de mulheres.
Este crime é conhecido como vilipêndio a cadáver.
Mas você sabe o que é isso e qual a pena?
Vilipendiar é o ato de fazer com que alguém se sinta humilhado, menosprezado ou ofendido. Isso pode acontecer por meio de palavras, gestos ou ações.
No vilipêndio a cadáver, o crime é desrespeitar o corpo ou as cinzas de uma pessoa morta.
O crime está previsto no artigo 212 do Código Penal Brasileiro e prevê detenção de um a três anos, além de pagamento de multa.
O vilipêndio a cadáver pode ser praticado de várias formas. Há casos em que criminosos violam sexualmente pessoas mortas por eles momentos antes. Outro exemplo, sem ligação sexual, foi registrado recentemente em Minas Gerais, onde o caixão de uma criança foi furtado do cemitério de Alfenas e destruído pelas ruas.
A fala de Guedes
Guedes disse que cometeria o crime e usou como exemplo as assistentes de palco do programa Pânico. "Meu irmão, com aquele 'rabão'. E ela infartou de tanto tomar 'bomba' na porta do necrotério. Duas da manhã, não tem ninguém, quentinha ainda. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime", diz o ex-PM no vídeo, que não teve a data de gravação informada.
Ainda na gravação, Evandro ensina como usar um secador para esquentar o corpo, depois de estar morto, e debocha o pai da possível vítima do crime. "Mas a pena é desse 'tamanhozinho'. Vale a pena responder. [Será o dia] mais feliz da sua vida, irmão", disse o ex-PM.
Logo após a repercussão do vídeo, Guedes fez uma transmissão ao vivo no Instagram e negou ter minimizado o crime de vilipêndio de cadáver. "Eu dei um exemplo", disse.
O UOL tentou contato com Guedes e com a escola AlfaCon, mas até agora não teve resposta.
O ex-policial militar, que é próximo da família Bolsonaro, é conhecido por falas ofensivas. Guedes já deu declarações machistas, racistas e defendeu violência entre os civis.
A AlfaCon, em 2020, informou que Evandro Guedes não fazia mais parte da escola. No entanto, ele aparece em anúncios recentes de cursos ministrados pela instituição.
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