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Com atraso, governo lista os 19 criminosos mais procurados do país; veja

Com quase um ano de atraso, o governo Lula (PT) concluiu a lista dos criminosos mais procurados do país. O UOL teve acesso com exclusividade à nova versão, que ainda não foi divulgada oficialmente. A relação não era atualizada havia mais de dois anos, desde a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Veja quem são os criminosos que estão na lista.

Mega-assaltantes e chefes do PCC

A versão atualizada da lista tem 19 foragidos da Justiça —oito deles já constavam na relação anterior. A captura desses criminosos passa a ser prioridade para as forças de segurança após a divulgação oficial da lista pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável por sua produção.

Dez dos criminosos têm mandado de prisão por envolvimento em mega-assaltos a bancos e carros-fortes com uso de pessoas como escudos humanos e armamento pesado.

Cinco são apontados como líderes de facções —entre elas, PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho)—, e quatro são acusados por tráfico internacional.

Todos têm mandados de prisão preventiva, sendo que 13 criminosos já foram condenados.

De saída do Ministério da Justiça, Flávio Dino prometeu há um ano —ainda durante o governo de transição— revisar a lista criada na gestão do ex-ministro Sergio Moro. Mas até agora a relação não foi oficialmente divulgada, apesar de o combate à criminalidade ter sido alvo de críticas.

Razões para o atraso. Fontes relataram ao UOL ao menos dois motivos para a demora: a lista não foi tratada com prioridade pelo Ministério da Justiça, ao mesmo tempo em que as polícias demoraram para fornecer as informações sobre os criminosos ao governo federal.

Ao UOL, Tadeu Alencar, secretário nacional de Segurança Pública, prometeu publicar a lista dos mais procurados ainda neste ano. Assim como o ministério, Alencar não falou sobre as causas do atraso.

A ideia é assinarmos a lista reformulada e ampliada até o final do mês. Estamos em fase de finalização e de edição da portaria que vai normatizar o assunto.
Tadeu Alencar, secretário nacional de Segurança Pública

Por meio de nota, o ministério reiterou que a formulação da lista encontra-se em "trâmites administrativos finais". Segundo a pasta, após a publicação da portaria, serão incluídos na lista novos indivíduos procurados em linha com a nova metodologia.

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Quem entra na lista dos mais procurados. Os critérios foram o potencial de letalidade das ações dos criminosos, como uso de fuzis e "domínio de cidades", e o envolvimento em organizações criminosas de alcance nacional e no exterior.

Para que serve a lista. Aos moldes do site da "difusão vermelha" da Interpol (a polícia internacional), que mostra os criminosos mais procurados no mundo, a lista orienta a ação policial no país e amplia as chances de captura, além de manter a população em alerta para fornecer pistas.

Como é elaborada. Uma equipe própria de investigadores do Ministério da Justiça faz consultas (formais e informais) a policiais civis, militares e federais de todo o país.

Tadeu Alencar disse que uma portaria com regras foi elaborada para balizar a produção da lista. Nos últimos meses, a consultoria jurídica do ministério recomendou ajustes.

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Criado em 2020, na gestão de Moro como ministro da Justiça, o projeto não avançou após o hoje senador do União Brasil deixar o governo Bolsonaro em abril daquele ano. Ao todo, dos 22 integrantes da lista anterior, 11 foram capturados e um, morto.

Milicianos fora. A nova versão da lista não inclui líderes de grupos paramilitares por terem ação local. Já Moro insistiu, à frente do ministério, para que Wellington da Silva Braga, o Ecko, que chefiava a maior milícia do Rio, fosse incluído. Ele foi morto pela polícia em junho de 2021.

O UOL procurou as defesas dos foragidos (veja aqui).

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