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Mega-assaltantes e chefes do PCC: quem são os criminosos mais procurados

A nova lista dos criminosos mais procurados do país tem dez foragidos envolvidos em mega-assaltos, cinco líderes de facções e quatro acusados por tráfico internacional. Oito dos 19 criminosos já estavam na lista anterior, desatualizada há mais de dois anos. O UOL teve acesso à relação, a qual o governo Lula (PT) promete divulgar oficialmente até o final do ano.

Onda de mega-assaltos

A nova lista traz ao menos três suspeitos de participar da invasão do prédio da empresa de valores Prosegur no Paraguai com armas de guerra em 2017. O crime causou um prejuízo de cerca de R$ 120 milhões, segundo autoridades revelaram à época.

Um deles é Denilson Moreira Dias, 40, que consta na lista da Interpol, a polícia internacional. A inclusão foi feita pela Justiça Federal de Foz do Iguaçu (PR), que o condenou a 34 anos de prisão por envolvimento no roubo.

Willian Alves Moscardini, 43, e Kaio Bonotto Cavalcante, 32, também participaram do roubo no Paraguai, segundo a polícia.

Márcio do Carmo Pimentel, o Yan, é investigado por suspeita de financiar ações de "domínio de cidades", que enfrentam as forças de segurança e fazem moradores de escudos humanos. Ele tem condenações que somam 111 anos de prisão.

Outro lado. A defesa de Luken Cesar Burghi Augusto, um dos procurados por mega-assaltos, disse que não irá comentar a inclusão na lista por ele estar foragido. O UOL ligou para os escritórios dos advogados de Denilson Moreira Dias e Kaio Bonotto Cavalcante, mas eles não atenderam. Os defensores dos outros procurados por esse tipo de crime não foram localizados.

Traficantes em rotas internacionais

A relação conta com narcotraficantes suspeitos de organizar rotas de venda de drogas para o exterior.

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Sonia Aparecida Rossi, a Maria do Pó, 63, abastece as favelas de São Paulo com drogas da Bolívia, segundo informações do governo federal.

Ela tem seu nome na lista da Interpol desde 2018. Dois anos depois, ela escapou de uma força-tarefa do Ministério da Justiça. Na ocasião, fugiu de um condomínio de luxo de Ciudad del Este, no Paraguai, onde morava. Em 2006, Rossi também fugiu de um presídio em São Paulo. Ela é condenada a 33 anos de prisão por tráfico e lavagem de dinheiro.

João Aparecido Ferraz Neto, o João Cabeludo, 65, tem condenações que somam mais de 500 anos de prisão. Investigadores suspeitam que ele estaria morando na Bolívia ao lado de outros exportadores de cocaína para a Europa.

Alvaro Daniel Roberto, o Caipira, já teve ligações com o megatraficante Juan Carlos Abadia e com cartéis colombianos, indicam as investigações. Ele fugiu da prisão em 2014 e é acusado de usar rotas no Paraguai, Bolívia e Peru para enviar drogas a países europeus.

A reportagem ligou para a defesa de João Cabeludo, mas não obteve retorno. Os advogados de Maria do Pó e Caipira não foram localizados.

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Líderes do PCC e outras facções

Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão, é apontado como o líder do PCC nas ruas pelo Ministério Público de São Paulo e na lista da Interpol.

Já André Oliveira Macedo, o André do Rap, 45, é investigado por enviar cocaína em navios para a Europa e é suspeito de ser uma das lideranças da facção paulista.

Um antigo aliado de Fernandinho Beira-Mar e integrante do Comando Vermelho é acusado pela PF de coordenar a compra de droga da Bolívia e distribuir no Brasil. Leomar Oliveira Barbosa, o Playboy, 61, foi condenado pela Justiça de Goiás a 36 anos de prisão por tráfico. Ele foi solto indevidamente do presídio de segurança máxima de Formosa (GO) em 2018 após um erro do sistema carcerário.

O governo federal incluiu na lista pela primeira vez Engri Júnior de Almeida Maia, apontado como líder da ADE (Amigos do Estado), facção criminosa que atua em Goiás. Ele tem condenações por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro e está na lista da Interpol.

Outra novidade na lista foi a inclusão de Adalberto Pagliuca Filho, 69. Ele é acusado de chefiar uma organização criminosa de Mato Grosso com atuação em outros dez estados.

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Outro lado. Os advogados Áureo Tupinambá Filho e Anderson Domingues disseram que o processo com mandado de prisão contra André do Rap é nulo. Ele foi solto em outubro de 2020 após habeas corpus concedido pelo então ministro do STF Marco Aurélio Mello. Mas a decisão foi revogada pelo também ministro Luiz Fux. "A decisão poderia ser cassada pelo colegiado do STF, e não por outro ministro. Quando a própria Justiça desrespeita as regras do jogo, fica difícil para ele se entregar. O processo é falho e nulo", diz Áureo Tupinambá Filho. O STF não comentou o posicionamento da defesa de André do Rap.

Procurado, o representante legal de Mijão não se manifestou. Já os defensores de Playboy, Adalberto e Engri Júnior não foram localizados.

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