Josmar Jozino

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Mijão, nº 1 do PCC nas ruas, está entre 10 mais procurados do país, diz MP

Sérgio Luiz de Freitas Filho, 44, o Mijão ou Xixi, é apontado pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) como o nome mais forte do PCC (Primeiro Comando da Capital) e o número 1 da facção das ruas em atividade. Ele está foragido e é procurado até pela Interpol (Polícia Internacional).

O posto antes era ocupado por Marcos Roberto de Almeida, o Tuta. Mas ele foi excluído do grupo, e o MP-SP acredita que ele possa ter sido assassinado por não ter cumprido um plano de resgate de líderes da facção recolhidos em presídios federais.

A foto com os dados de Mijão está no espaço reservado aos 10 criminosos mais procurados do Brasil no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A lista dos foragidos foi atualizada pela instituição em agosto do ano passado.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) de Presidente Prudente, subordinado ao MP-SP, classifica Mijão como o principal integrante do PCC ainda em liberdade.

No portal do BNMP (Banco Nacional de Monitoramento de Prisões), coordenado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), constam dois mandados de prisões pendentes de cumprimento em desfavor de Mijão. Os processos são por tráfico de drogas.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Sérgio Luiz de Freitas Filho.

Em abril deste ano, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches, da 1ª Vara Criminal de Ivinhema, em Mato Grosso do Sul, condenou Mijão a oito anos e dois meses por tráfico de drogas. O magistrado, no entanto, concedeu ao réu o direito de aguardar em liberdade o trânsito em julgado (decisão definitiva) da sentença.

Mijão foi acusado pelo Ministério Público Federal de ser o dono de 58 kg de cocaína apreendidos em 4 de novembro de 2013 na base operacional da Polícia Rodoviária em Amandina, município de Ivinhema. A droga era transportada em um Hyundai Vera Cruz.

As investigações apontaram que Mijão negociou a cocaína com um fornecedor, também preso e denunciado pelo crime, e iria abastecer os pontos de vendas de drogas do Primeiro Comando da Capital no estado de São Paulo.

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Segundo o Gaeco de Presidente Prudente, Mijão é um dos maiores negociadores de cocaína com os fornecedores do PCC. Promotores de Justiça afirmam que o traficante é o responsável pela compra, pagamento de frete e armazenamento da droga da facção criminosa.

Absolvido em São Paulo

O criminoso foi um dos 19 integrantes do PCC investigados durante a Operação Shark (tubarão em inglês), deflagrada pelo MP-SP e a Polícia Militar em setembro de 2020 para desarticular os traficantes de drogas ligados à organização.

Planilhas apreendidas por promotores de Justiça mostraram que a quadrilha havia movimentado R$ 1 bilhão com a venda de cocaína no período de janeiro de 2018 a julho de 2019. A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra os acusados e os processos foram desmembrados.

Porém, em junho de 2022, o juiz Thiago Baldini Gomes De Filippo, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, absolveu Mijão e mais três réus das acusações. Outros quatro denunciados haviam sido absolvidos em janeiro do ano passado.

Os Núcleos do Gaeco de Presidente Prudente e da capital recorreram da decisão judicial e pedem que os réus sejam condenados pelos crimes de associação à organização criminosa e lavagem de dinheiro. O recurso ainda não foi julgado.

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