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Foto com Michelle Obama, amor pelo Brasil: quem era o americano morto no RJ

Brent G. Sikkema foi morto dentro de casa que era proprietário no Rio de Janeiro Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

16/01/2024 15h12Atualizada em 17/01/2024 08h01

O galerista Brent G. Sikkema, 75, que foi encontrado morto no Rio de Janeiro, tinha uma longa trajetória no universo das artes plásticas. Vivendo entre Nova Iorque e Rio de Janeiro, Brent demonstrava paixão pelo Brasil e se dizia amigo da ex-primeira-dama Michelle Obama. Ele deixa o marido e um filho.

Casa fica em bairro nobre da capital carioca. Brent morava no Horto, na rua Abreu Fialho, na altura do número 15. A casa dele era um sobrado do início do século 20, que foi reformado por ele, mantendo as características originais.

O Rio era considerado como 'a segunda casa' dele. Foi assim que ele definiu em uma publicação nas redes sociais. "Não me lembro de uma cidade tão constantemente difamada pela imprensa internacional como a minha segunda casa, o Rio de Janeiro. É verdadeiramente vergonhoso difamar esta grandiosa cidade - suas pessoas e a sua cultura extraordinária", escreveu ele, em agosto de 2016. Nas suas publicações, ele ainda citou Clarice Lispector como uma das escritoras favoritas.

'Homem caótico' cujos destinos preferidos eram Brasil e Cuba. Durante uma viagem à Suíça em 2021, Brent se descreveu como um "tipo de homem caótico. Você conhece meu tipo de lugar, onde a luta é real todos os dias - Cuba e Brasil. Mas tenho que admitir que uma visita ocasional à Suíça é uma espécie de alívio", descreveu.

Foto com artistas americanos — e até a Michelle Obama. Brent também utilizava o Instagram para mostrar visitas e passeios ao lado de artistas, como a pintora Kara Walker. Além dela, Brent também posou ao lado da ex-primeira-dama dos Estados Unidos "Mal posso esperar até que ela saia daquela jaula dourada e esteja livre!", escreveu, em 2015, quando Barack Obama ainda era presidente do país.

Conectado com temas sociais. Em 2021, após um hiato de mais de um ano de participação na rede social, o galerista disse que estava tentando lidar com "a dor diária de ver desigualdades do mundo serem totalmente expostas pela covid-19" e prestou uma homenagem à Darnella Frazier que gravou o assassinato de George Floyd, em 2020. A gravação serviu como prova para acusar os policiais responsáveis pelo crime.

"Eu queria voltar, mas esperei algo positivo para postar. O prêmio Pulitzer de hoje para Darnella Frazier por suas filmagens do assassinato policial de George Floyd. Que prêmio maravilhoso para Darnella e um lembrete para todos nós de que cabe a nós permanecermos vigilantes e determinados na proteção de nossas liberdades civis. Não se engane sobre isso. Nossa democracia está realmente sob ataque."

Brent Sikkema começou a carreira em 1971 e abriu uma galeria 20 anos depois, em Nova Iorque. Em 1999, a galeria mudou para o distrito artístico de West Chelsea e passou por uma reforma e ampliação. Alguns anos depois o nome foi mudado para Sikkema Jenkins & Co, onde era coproprietário. "A galeria lamenta esta tremenda perda", disse em nota os sócios.

O que se sabe sobre a morte

Brent foi encontrado morto dentro do imóvel. O corpo tinha perfurações de arma branca, informou o Corpo de Bombeiros.

Caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital. "Os agentes vão ouvir testemunhas, estão em busca de mais informações e realizam demais diligências para esclarecer o caso", disse a polícia em nota.

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